A obra de Deus é que acrediteis naquele que ele enviou (Jo 6, 29)

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Caros amigos, no Ano Eucarístico, queremos progredir na reflexão sobre o Augusto Sacramento da Eucaristia: entendê-lo e celebrá-lo melhor, e fruir de sua riqueza, pois participar melhor da Eucaristia é crescer como "igreja em saída” (Cfr. EG, 20).

A este respeito, um ponto importante da doutrina católica sobre a "comunhão” está expresso na Carta Encíclica Ecclesia de Eucharistia, escrita por São João Paulo II: "A Eucaristia, como suprema manifestação sacramental da comunhão na Igreja, exige para ser celebrada um contexto de integridade de laços de comunhão, inclusive externos (...). A comunhão eclesial da assembleia eucarística é comunhão com o próprio Bispo e com o Romano Pontífice. Com efeito, o Bispo é o princípio visível e o fundamento da unidade na sua Igreja particular” (nn. 38-39).

Hoje em dia, entretanto, a modernidade nos impõe um ambiente questionador e desconfiado em relação às instituições e às legítimas autoridades. No concreto da vida eclesial, muitos querem forjar uma imagem de Igreja mais simpática a estes tempos, desapegados, entretanto, da herança comum do único Evangelho, entregue, uma vez para sempre, ao cuidado do Magistério autêntico. É preciso reconhecer que toda fragilização da comunhão entre os fiéis e seus legítimos pastores interfere diretamente na comunhão de toda a Igreja com Cristo, nosso Senhor (Cfr. LG, cap. III).

Assim o explicou a Congregação para a Doutrina da Fé: "A Igreja universal — ou seja, católica — realiza-se e vive nas Igrejas particulares (Dioceses e circunscrições equivalentes) e estas são Igreja exatamente enquanto continuam a ser, num determinado tempo e lugar, expressão e atualização da Igreja universal. Deste modo, com o crescimento e progresso das Igrejas particulares, cresce e progride a Igreja universal; ao passo que, debilitando-se a unidade, diminuiria e decairia também a Igreja particular”. (11/03/1985) A Eucaristia cria comunhão e educa para a comunhão.

São Paulo dirige duras palavras aos coríntios justamente porque em suas reuniões eucarísticas surgiam "dissensões” entre eles (Cfr. ICor 11, 17-22). A este respeito, comenta Santo Agostinho: "(Cristo Senhor) consagrou na sua mesa o sacramento da nossa paz e unidade. Quem recebe o sacramento da unidade, sem conservar o vínculo da paz, não recebe um sacramento para seu benefício, mas antes para condenação”. (Sermo 272).

Que a comunhão eucarística estreite nossos laços, para que, visivelmente unidos na fé e no amor, manifestemos ao mundo a verdade de Deus.

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Dom Edney Gouvêa Mattoso

A Voz do Pastor

Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.

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