A juventude do mundo - 26 de outubro.

Prezado leitor, quando ligamos o televisor ou o rádio, ou procuramos notícias da atualidade na internet, nos confrontamos com um quadro decepcionante: a violência no meio dos jovens.

A juventude, que em outros tempos era sinônimo de força de transformação e de esperança, hoje aparece nos meios de comunicação mais frequentemente relacionada ao uso de drogas, à violência e à falta de trabalho.

Esta preocupação, que permeia todos os níveis da sociedade provoca nossa reflexão sobre as atuais políticas públicas relacionadas com a juventude, mas nos faz pensar também nas forças não governamentais, como a família e a Igreja, e em seu papel de fazer brilhar o que há de melhor nos nossos jovens.

Não era em vão que o papa João Paulo II, de feliz memória, chamava os jovens de “sentinelas do amanhã”, pois não há dúvidas de que os sonhados “dias melhores” só se construirão a partir do cuidado com a juventude de hoje.

Os especialistas costumam identificar a raiz dos problemas que enfrenta a nossa juventude com a “falta de paradigma”, falta de modelos na família e da sociedade. Num mundo onde todos os valores são tratados de modo relativista e o clima de pessimismo faz com que todos os bons modelos sejam tachados de radicais ou inalcançáveis, terminamos ficando sem modelos para seguir e sem coragem de apresentar exemplos de vida para nossos jovens.

No final do mês passado, nós, os bispos do Rio de Janeiro tivemos a graça de um encontro pessoal com o Santo Padre Bento XVI. Nesta reunião, o seu discurso foi direcionado justamente à preocupação com a juventude e com seus os valores próprios, que são precioso contributo a toda a vida social. O papa nos recordava que a Igreja deve fazer sempre transparecer no mundo o rosto de seu Senhor, Jesus Cristo: “o verdadeiro herói, humilde e sábio, o profeta da verdade e do amor, o companheiro e o amigo dos jovens”.

O mundo carece de um rosto jovem que levante suas aspirações dos rasos ideais da ganância, da violência e do erotismo, que não elevam o homem, mas o precipitam num abismo social; e este rosto que o mundo necessita ver e de algum modo busca é o de Cristo, que deve transparecer nas escolhas e atitudes da juventude.

O mundo precisa de Cristo: Precisa de seu coração manso e humilde, de sua pureza no relacionamento mútuo, de sua misericórdia com os menos favorecidos, de sua coragem frente ao mal. Só a partir de tão seguro fundamento o jovem encontrará sua verdadeira liberdade e a sociedade vislumbrará horizontes de justiça e fraternidade.