Vamos enfrentar este desafio?

sábado, 31 de julho de 2010

A nossa cidade, assim como outras tantas no país, tem em sua estrutura de atenção à saúde publica um setor destinado a cadastrar e atender aos portadores de pressão alta (hipertensos) e diabetes. Grosso modo, podemos dizer que temos 15 mil hipertensos e um número mais ou menos próximo de diabéticos em nosso município.

Neste momento em que redijo a coluna, não tive como acessar os dados exatos, mas recordo que são próximos a estes que citei.

Duas das doenças mais silenciosas e traiçoeiras que se conhece. E cada vez mais crescentes em todo o mundo. Extremamente ligadas a hábitos de vida danosos.

Excesso de calorias, comidas cada vez mais gordurosas e contendo toneladas de carbo-hidratos. Doces, massas, frituras, tira-gostos em pacotes, extremamente salgados.

Cervejas diárias, fora os refrigerantes superadocicados, sem contar as batidas e outras bebidinhas de todas as tardes, para encerrar as atividades do dia, como costumam dizer os aficcionados.

E ainda por cima um sedentarismo de fazer inveja. Alguns ainda fazem piadas com o assunto dizendo que o único exercício que fazem é levar o copo e o garfo até a boca.

Um problema de saúde pública em muitos países do planeta.

Comer, beber e trabalhar. Comer mal, diga-se de passagem, vem sendo uma desgraça na vida de muitas e muitas pessoas. O pior é que na maioria das vezes só se chega a esta conclusão após sofrer um infarto ou um derrame cerebral.

Aí sim, se chega a uma verdade dolorosa: “o que é que arranjei para mim?!”

Temos cadastrados na rede municipal de saúde números mínimos de pacientes que são portadores dessas duas doenças.

Segundo as estatísticas, menos da metade das pessoas hipertensas e diabéticas sabe de suas doenças. E, entre aqueles que sabem, apenas metade se cuida, mesmo assim de modo errado.

A tragédia que cai sobre a vida dessa gente e suas famílias é digna de pena. São afastamentos precoces de uma vida de trabalho, queda da renda familiar com suas conseqüências dolorosas. Nos casos mais graves, em que ocorrem paralisias mais ou menos extensas, a pessoa não consegue mais realizar sozinhas as suas atividades normais da vida diária, como andar, vestir-se ou cuidar de sua higiene pessoal. Passa a ser dependente da família para isto. A inatividade gerada a partir desses acontecimentos, o estar preso a uma cadeira de rodas ou ao leito, cria para aquela família um peso adicional que é o de arranjar alguém para cuidar daquela pessoa. O que além de difícil é caro.

Creio que somente uma campanha em nível municipal, com o apoio fundamental dos meios de comunicação que temos, TVs, rádios, e esta Voz da Serra, poderemos otimizar o esforço para reverter este quadro. Vamos enfrentar este desafio?

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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