Uma situação grave (no meio de tantas!)

segunda-feira, 11 de abril de 2016

Em conversa com a colega Délia Engel, durante um programa que fizemos na TV Zoom a respeito destas viroses que estão tirando a paz da população, a dra. Délia, infectologista, que por longo tempo coordenou as atividades do serviço de doenças infectocontagiosas no posto de saúde Sylvio Henrique Braune, no Suspiro, relembrou que os primeiros casos de dengue no município foram diagnosticados em pessoas que frequentaram num mesmo período de tempo o cemitério São João Batista no centro da cidade.

De lá para cá, muito aprendemos a respeito da doença e do modo de tratar os doentes. Infelizmente, tudo o que fizemos até agora resultou em quase nada, e a única saída está na produção de uma vacina, para uso na massa populacional.

Mas muitos outros problemas relacionados a doenças infecciosas estão batendo à porta do cidadão brasileiro. Algumas nossas conhecidas desde os tempos do Brasil Colônia, como a sífilis por exemplo, que já dávamos por eliminadas, estão reaparecendo nos exames de rotina que nossos colegas médicos solicitam no seu dia a dia por este país afora.

Incluídas no grupo das DST, doenças sexualmente transmissíveis, estão de volta a hepatite, a sífilis, a gonorreia, a aids e o HPV, causador do câncer do colo do útero. Estas doenças estão tendo um aumento principalmente entre os jovens. Em relação ao HPV, a falta de informação principalmente tem feito com que as meninas entre 9 e 13 anos, alvo da campanha de vacinação, após receberem a primeira dose da vacina não retornem para completar o ciclo com a segunda e a terceira dose. Desta forma ficam desprotegidas e no futuro serão as portadoras do câncer do colo uterino, com todas as suas agravantes quando não são diagnosticados no início.

Se por um lado a aids permanece estável, ou seja o número de infectados vem se mantendo no mesmo nível, o mesmo não se pode dizer em relação aos casos de sífilis, doença curável com doses de penicilina, o antibiótico mais antigo usado pela medicina e ainda muito útil. A sífilis vem crescendo muito e entre as gestantes a passagem da doença de mãe para filho durante a gestação é alta, com grande número de óbitos fetais. Dizem pessoas ligadas à saúde publica que este medicamento anda faltando nos postos de saúde. Como vemos, estamos diante de uma situação grave!

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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