Uma presença cada vez mais frequente e nociva! - 29 de novembro 2011

sexta-feira, 06 de abril de 2012

Nos tempos da pré-história, quando para se alimentar o indivíduo era obrigado a caçar algum animal, e sempre correr o risco de morrer ou sofrer graves ferimentos nesta caçada, a adrenalina, que aquelas ocasiões faziam o corpo produzir, era bem-vinda.

Redobrava as energias do caçador, tornava-o mais esperto e ligeiro.

Terminada a luta, tudo voltava ao normal e o organismo entrava em repouso.

As situações de estresse eram frequentes, mas não eram continuas ou permanentes.

A palavra estresse não faz parte da nossa língua. É adaptada do inglês, e serve para designar as situações nas quais, diante de uma grave ameaça à integridade física, ou risco de morte, o corpo humano altera subitamente o seu ritmo normal de funcionamento e algumas glândulas, chamadas suprarrenais, jogam na corrente sanguínea uma dose fora do comum de adrenalina.

Este hormônio, hoje tão comum no vocabulário dos jovens, quando falam que praticar determinado esporte mexe com a adrenalina, provoca no corpo humano mudanças imediatas.

E estas mudanças provocam uma reação de defesa.

Nela, tudo se altera e se prepara para lutar, fugir, escapar da ameaça que se aproxima.

Desta forma, o indivíduo fica em condições de reagir imediatamente.

Acontecendo esporadicamente, este fenômeno não causa grandes males ao organismo.

Contudo, se este acontecimento, que denominamos de estresse, passa a fazer parte do cotidiano das pessoas, as coisas mudam radicalmente. E mudam para pior.

Cada um de nós tem um nível de estresse que está relacionado ao seu dia a dia e à sua capacidade de resistir às pressões.

Hoje ninguém precisa sair para caçar o alimento de cada dia. A pessoa vai ao mercado e lá escolhe o que precisa, paga e leva para casa.

Mas é preciso ter o dinheiro suficiente para isto. Trabalhar todos os dias para conseguir este dinheiro já é um fator que causa ansiedade, insegurança e preocupação.

Quase sempre, para a maioria da população, os salários recebidos não são suficientes para pagar todas as contas. Isto é outro fator gerador de ansiedade, medo, e finalmente estresse.

As necessidades que precisam ser atendidas, para manter e alimentar todos os dias uma família, são enormes. As pressões que a vida em sociedade gera, a convivência entre desiguais, cada qual com seus desejos que precisam ser satisfeitos, são fatores que criam mais tensões e, portanto, mais estresse.

Estas são apenas algumas das situações que geram no ser humano aquela condição em que o organismo dispara seus mecanismos de defesa, os quais como já dissemos, provocam violentas alterações em seu funcionamento.

Esta repetição diária, continuada e permanente por longos períodos faz adoecer de forma grave.

São as dores de causa desconhecida, as gastrites, as pressões altas, as insônias, as alterações no ritmo das batidas do coração e por aí afora.

Evitar o estresse e suas consequências não é fácil.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.