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Uma medicina de contrastes
terça-feira, 25 de setembro de 2012
Seguindo o assunto abordado por esta coluna na semana passada, se buscarmos atentamente nas estatísticas nacionais que falam sobre saúde, vamos verificar que afastando as doenças ligadas aos diferentes tipos de câncer, um grande número de mortes está diretamente ligado às doenças cardiovasculares.
Assim como metade dos óbitos em mulheres após a menopausa são causados por estas doenças, um percentual importante de homens perde suas vidas todos os anos pelas mesmas causas.
Por trás das alterações que servem de base para o aparecimento das afecções do coração e do sistema circulatório, estão relacionadas pela medicina uma série de causas.
A maioria delas, ligada a hábitos de vida, pode ser alterada com o desenvolvimento de novas atitudes. Mudanças na alimentação, abandono do cigarro e do álcool, sair de uma postura comodista ociosa e partir para atividades físicas, sempre de acordo com a idade, o biótipo e principalmente ouvindo a sábia orientação do seu cardiologista.
É claro que estas mudanças nem sempre serão fáceis de conseguir realizar, cada um terá suas dificuldades particulares em graus diferentes.
Como sempre acontece, muitos, apesar de todos os esforços, não irão conseguir.
A herança genética permanece ainda sendo, por enquanto, a única causa de doenças que entendemos impossível de remover.
Eu disse por enquanto, pois devido aos tremendos progressos da medicina no estudo do genoma humano, nada impedirá que em breves anos sejam possíveis de se fazer intervenções nesta área, modificando o que se entendia como imutável.
A medicina pública brasileira, como mostram todos os dias as reportagens das TVs e dos jornais, encontra-se em lastimável estado, moribunda mesmo em muitos lugares.
Grandes e urgentes modificações precisam ser feitas, e isto pode ser ouvido em todas as ruas das cidades grandes e pequenas, tal é a insatisfação e o desespero dos que dela procuram se socorrer.
Na verdade a medicina brasileira apresenta situações de um contraste gritante.
Em sua maioria, apesar de contar com bons médicos, a estrutura física e organizacional está desgastada, pela falta de investimentos, pela completa ausência de reposição e manutenção, levando os equipamentos e prédios ao limite de suas capacidades.
Em nossa cidade, nestas vésperas de eleições, a principal preocupação da população, segundo as pesquisas, é com a saúde pública, o que mostra a tremenda importância dela para os cidadãos.
Em todo o Brasil, contrastam entre si, a massa de hospitais públicos e a rede de postos de saúde em estado falimentar, com muitas ilhas de excelência.
Para felicidade dos friburguenses e moradores de cidades vizinhas, uma destas ilhas de qualidade e excelência encontra-se aqui entre nós, ao alcance de todos.
Atendendo sem distinção, e com a mesma eficiência, aos pacientes do SUS ou dos planos de saúde, numa iniciativa ousada e pioneira de seus diretores, que já existe a quatorze anos, o serviço de cirurgia cardiovascular e hemodinâmica do Hospital São Lucas é motivo de orgulho e tranquilidade para todos.
Não fosse aquele serviço, todos que nesta cidade precisassem daquele tipo de atenção médica teriam que se deslocar, com grandes sacrifícios para si e suas famílias, para cidades distantes.
Parabéns ao São Lucas, parabéns Nova Friburgo. Vamos prestigiar o que temos de excelente!
![Dr. Norberto Louback Rocha Dr. Norberto Louback Rocha](https://acervo.avozdaserra.com.br/sites/default/files/styles/foto_do_perfil/public/colunistas/norberto.jpg?itok=LGlRI66-)
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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