Uma fila dolorosa

terça-feira, 10 de novembro de 2015

Um dia, em algum tempo do futuro, a ciência com certeza irá conseguir superar um grande problema que enfrentamos atualmente: a falta de doadores de órgãos humanos para transplante. Uma dificuldade mundial, maior em determinados países, relacionada a questões culturais, religiosas e socioeconômicas. Entre nós as coisas estão melhorando gradativamente, e segundo o Ministério da Saúde, as doações este ano foram as maiores dos últimos tempos, permitindo que fossem realizados 12.000 transplantes. Campanhas de incentivo e de esclarecimento sobre o assunto são realizadas com muita frequência por meio das TVs, revistas e jornais, além das emissoras de rádio, procurando retirar das pessoas os mitos que cercam a questão.

Um deles, por exemplo, é o medo que muita gente tem de que os médicos possam retirar seus órgãos quando elas ainda estejam vivas. Para ajudar a esclarecer as coisas, a retirada de qualquer órgão de alguém só pode ser realizada depois que a morte do cérebro é confirmada por exames que mostram com toda a clareza que o cérebro parou de funcionar. Exames que são compostos por eletroencefalogramas, exames por Doppler, que mostram se a circulação de sangue no cérebro parou, e também exames por imagem. Depois disso, a morte cerebral precisa ser atestada por dois neurologistas, com intervalo de seis horas entre estes exames. Somente depois destes procedimentos é que pode ser realizado o processo para a retirada dos órgãos que serão doados, que é feito por equipes de cirurgiões altamente especializados em cada área, para que não ocorram lesões nestes tecidos durante a retirada. De suma importância é a realização destes procedimentos com a máxima rapidez, desde que é confirmada a morte do cérebro a qualquer momento pode também acontecer uma parada do coração e com isto o sangue para de circular pelo corpo, ocorrendo perda de todos os órgãos. Um só doador pode salvar a vida de muitas pessoas, pois pode doar rins, coração, fígado, pâncreas, córneas, pulmões e ossos.

Atualmente no Brasil, a fila de pessoas na dependência de um transplante de algum órgão para se manter vivo é enorme e muitos morrem antes de receber o transplante. Para ser doador basta informar aos familiares este desejo e se houver sua morte cerebral, alguém da equipe médica irá perguntar sobre a questão da doação. Pense sobre isto, não deixe que seu precioso corpo se perca sem ajudar a salvar uma vida!

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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