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Uma casa de portas abertas! - 10 de janeiro 2012
Numa interessante e muito oportuna reportagem, nossa competente Dalva Ventura abordou um assunto que envolve muitos aspectos da questão brasileira.
É uma ocorrência quase mundial—digo quase porque em países islâmicos, nem todos, a sexualidade é totalmente controlada pela religião, e isto inibe o relacionamento fora do casamento e portanto atua como um freio.
Em países como o nosso, onde reina uma liberdade praticamente absoluta no exercício da vida amorosa entre adolescentes, a ocorrência de gravidez indesejada ou não programada entre adolescentes é um acontecimento comum.
Já não chama mais atenção da comunidade a presença das meninas com aquela barriga típica da gestação.
Deixou de ser novidade e passou a fazer parte do dia a dia.
O que antes era uma coisa que levava os pais ao quase desespero, houve casos de famílias que mandavam a jovem para a casa de parentes em outro município, ou estado, e davam para isto as mais estranhas justificativas.
A menina só voltava após o nascimento da criança.
Felizmente este tempo de tamanha rigidez é coisa do passado, e hoje ninguém mais tem atitude tão fora da realidade.
Mas, de qualquer forma é sempre atual fazermos o questionamento da questão da gravidez na adolescência.
Como em todas as ocorrências na natureza, e o ser humano faz parte dela, os acontecimentos seguem uma ordem natural. Há um tempo adequado para todas as coisas. Ninguém colhe antes de plantar, é mais comum que os pais deixem esta vida antes dos filhos e que sem a presença de nuvens no céu é difícil, ou impossível, que ocorra alguma chuva.
A gravidez numa idade em que o corpo feminino se encontra em formação, ainda não maduro para suportar uma gestação, traz acontecimentos perigosos, tanto para a mãe quanto para seu bebê. Da mesma forma, ser mãe perto dos quarenta anos também envolve riscos para ambas as partes.
Nestes dois extremos da vida feminina, as estatísticas da medicina mostram acontecimentos dolorosos, principalmente se estas grávidas residem em locais onde não exista uma assistência obstétrica e pediátrica com um mínimo de recursos.
Engravidar ainda adolescente, não é uma coisa desejável e nem adequada. As pesquisas mostram que é fruto de um desequilíbrio pessoal e familiar. Por isto mesmo, é obrigação da sociedade apoiar estas meninas da melhor forma possível.
Aqui em Nova Friburgo, apesar de todas as dificuldades, temos uma estrutura que raros municípios brasileiros possuem que é o nosso Hospital Maternidade.
Não fosse sua existência e o esforço dos que ali trabalham, as coisas certamente seriam muito mais difíceis para estas crianças mães.
Portanto, é importante o máximo apoio que todos os cidadãos ofereçam àquela casa!
![Dr. Norberto Louback Rocha Dr. Norberto Louback Rocha](https://acervo.avozdaserra.com.br/sites/default/files/styles/foto_do_perfil/public/colunistas/norberto.jpg?itok=LGlRI66-)
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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