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Uma bexiga rebelde
terça-feira, 23 de outubro de 2012
Apesar de todos os cuidados e de todas as informações disponíveis nos meios de comunicação, incluindo o famoso doutor Google, consultado diariamente por milhares de pessoas, as mulheres continuam sofrendo de uma série de alterações em seus organismos, que lhes trazem um grande desconforto.
Um grande número delas, por diferentes razões, ainda permanece mal informado ou não tem facilidade de acesso a médicos.
Os incômodos do envelhecimento, além das ondas de calor, das alterações no sono e no humor, atingem também algumas funções básicas do corpo humano.
Uma das queixas mais frequentes das mulheres, ouvida pelos ginecologistas, está relacionada a problemas com a bexiga.
São comuns reclamações relacionadas com perda de urina aos esforços, levantar muitas vezes durante a noite para urinar pequenas quantidades, esta queixa também é frequente em homens com problemas na próstata, como aumento do volume da glândula, e ardência ao urinar.
Estes são alguns acontecimentos bastante relacionados ao envelhecer e à diminuição das taxas de hormônio em circulação no organismo.
Algumas considerações que vou fazer podem auxiliar aquelas que estão passando por estas dificuldades.
Como é do conhecimento de muita gente, o fumo, o álcool, alimentos com excesso de sal e conservantes, o abuso de café forte, comidas com excesso de temperos, pimenta, por exemplo, agridem a parte interna da bexiga, que nesta altura da vida já se encontra bastante fina e enfraquecida pela falta de hormônios.
Excesso de peso e o costume de ingerir muitos líquidos antes de dormir podem também ser causadores de problemas.
Uma outra queixa bastante comum se relaciona ao fato de a mulher sentir desejo de urinar e não conseguir segurar a urina até chegar ao banheiro, passando pelo constrangimento de urinar na própria roupa. Este fato parece estar muito ligado também a algum tipo de distúrbio emocional, ou a uma forma de estresse.
Felizmente existem algumas boas saídas para todas estas dificuldades. A maioria delas está ligada a mudanças nos seus hábitos de vida. Emagrecimento, bastante atividade física.
A medicina e a fisioterapia podem ajudar bastante. Com a terapia hormonal, que pode ser via oral ou local, os médicos conseguem melhorar bastante as condições da mucosa vaginal e também da mucosa que reveste o interior da bexiga, fazendo com que ela recupere um pouco da sua espessura. Os ginecologistas também possuem em seu arsenal de medicamentos alguns produtos que atuam fortalecendo os músculos que controlam o canal de saída da urina.
A fisioterapia moderna dispõe de exercícios que promovem um fortalecimento dos músculos que sustentam a bexiga e que regulam o ato de urinar. Inclusive dispõem de também de estimulação elétrica, a qual por meio de mínimas descargas ativa o fortalecimento de toda a delicada musculatura que envolve o canal urinário e o reto.
Se todas estas alternativas fracassarem, os ginecologistas reservam como ultimo recurso a cirurgia. Existem algumas técnicas diferentes. Atualmente as mais utilizadas são a cirurgia feita pela vagina, que suspende a bexiga e procura colocá-la em uma posição mais alta, próxima do normal. A outra, mais recente, é a colocação de uma cinta de silicone que suspende o canal de saída da urina e o torna mais fechado, permitindo assim que a mulher tenha um maior controle do ato de urinar.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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