Um verão perigoso!

Um verão difícil de aguentar. É o que dizem por aí. Um mosquito que vive entre nós há muitos e muitos anos é o grande avião, se assim podemos dizer, que carrega de um lado para outro três vírus que atormentam a vida do povo brasileiro. Batizado de Aedes aegypti, ele leva além do vírus da dengue o zika, nome da floresta onde foi encontrado, e também o da chikungunya.Todos podem nos causar danos imensos, e inclusive causar a morte.

No caso do dengue, a forma mais letal é a hemorrágica, que destrói as plaquetas do sangue e faz com que a pessoa sangre internamente. Existem suspeitas de que o zika e a chikungunya, possam também  provocar alterações neurológicas muito graves em adultos jovens e idosos de ambos sexos, sendo um dos indicadores desta suspeita o aumento dos casos da síndrome de Guillain-Barré, que leva a diferentes graus de paralisia.

Mas, o grande temor que sacode os meios médicos é a (quase) certeza de que o zika esteja por trás do gigantesco número de casos de microcefalia (diminuição do tamanho do cérebro) entre recém-nascidos em vários estados brasileiros. Em média, ocorriam 130 a 140 casos desta mal-formação cerebral , por anos em todo o Brasil, o que estava dentro de um padrão razoável. De repente pulamos de forma assustadora para mais de três mil casos no final de 2015.

Os especialistas alertam que, segundo seus cálculos, se não fizermos uma grande campanha nacional, com uso de todos os recursos possíveis, enquanto não chega uma vacina salvadora, poderemos chegar nos próximos anos a um numero espantoso de 100 mil crianças nascidas com esta terrível lesão cerebral que as tornara completamente incapacitadas para uma vida normal, gerando para suas famílias, além do sofrimento imensurável, uma radical alteração em suas vidas, com uma criança que será completamente dependente de cuidados especiais, para os quais não existem instituições especializadas.

O alastramento da doença para outros países com enorme rapidez, está levando a Organização Mundial de Saúde a buscar a opinião de especialista em vírus de diversos países. Em nossa cidade já temos mais de 100 casos de dengue. Em relação a gestantes atingidas pelo zika, não tenho informação ainda. O que aconselho aquelas que já estão grávidas é que usem repelentes orientadas por seus médicos. Usem roupas que não deixem locais do corpo expostos ao mosquito, apesar do calor, vale o sacrifício. Para as que querem engravidar deixo um conselho amigo. Este não é um bom momento.