Um sofrimento à flor da pele! - 27 de setembro 2011

Que a saúde é um tesouro inestimável na vida de cada um, é um fato inegável.

Ninguém, em sã consciência, a trocaria por qualquer coisa que fosse.

A beleza, principalmente entre as jovens, é algo de fundamental importância, pois representa um verdadeiro cartão de visitas, que abre portas e facilita a vida social, e favorece as conquistas amorosas.

Um bom físico, e uma boa aparência pessoal, são cantados em prosa e verso e também realçados pela pintura e pela escultura desde tempos remotos.

As revistas de moda se esmeram em apresentar os mais belos rostos, em mostrar as mais lindas e suaves epidermes.

A não ser as publicações médicas, ninguém mais exibe fotos de peles comprometidas pelas diferentes doenças.

Entre muitas destas enfermidades que agridem o corpo feminino, principalmente a face, existe uma que permanece bastante ignorada pela grande maioria das adolescentes, que apenas enxergam a ponta do iceberg, que são as lesões que acometem principalmente o rosto. Muitas destas meninas e suas famílias acreditam que as lesões que enfeiam as peles das jovens são causadas por algum tipo de alimento; colocam quase sempre a culpa no chocolate, o que não é uma verdade completa.

A origem do problema muitas vezes se encontra nos ovários, fonte produtora dos principais hormônios femininos.

Acontece naquele local uma severa alteração do seu funcionamento, com alterações na atividade ovulatória e a formação de pequenos cistos no interior das duas glândulas.

O nome científico da doença por esta razão é síndrome dos ovários micropolicisticos.

Uma doença já bem descrita e compreendida, que provoca, além das lesões da pele da face, o aparecimento de um excesso de pelos tanto na face quanto em diversas outras áreas do corpo, dando até mesmo um aspecto masculinizado naquelas meninas.

Mas as coisas não param por aí. A doença não satisfeita com tudo isto, aumenta o peso das mulheres, descontrola totalmente suas menstruações, aumenta os níveis dos seus colesteróis e ainda pode causar uma forte tendência a crises depressivas.

Algumas destas moças chegam ao ginecologista levadas pelas mães, por amigas, mas um grande número delas aparece com um encaminhamento de dermatologista ou endocrinologista. Pessoalmente já recebi algumas meninas referenciadas por psiquiatras ou psicólogos, desconfiados de que os quadros depressivos poderiam ter origem hormonal.

A síndrome ainda não tem cura, mas tem tratamento e controle o qual é feito com o uso de anticoncepcionais apropriados, especialmente desenvolvidos. Seu uso é simples e com poucos efeitos colaterais. Os resultados são excelentes.