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Um sexo nem tão forte assim! - 14 de dezembro.
Depois de muito tempo, finalmente o Ministério da Saúde começa a olhar com mais atenção o chamado sexo forte. Que na verdade nem é tão forte assim, basta olhar com atenção as estatísticas nacionais da Previdência Social. Nelas fica claro que morrem muito mais homens. Existem mais viúvas recebendo pensões do que o contrário.
Começamos a assistir comerciais, na verdade de forma tímida,com pouca frequência é verdade, falando sobre o homem e seus problemas de saúde, as doenças que mais levam ao óbito e os cuidados que devem ser tomados para sua prevenção, mas já é um bom começo.
Se olharmos para trás, veremos que quase nada era feito a favor da saúde masculina.
Criado desde a infância como sendo do grupo do sexo forte, o homem foi vivendo desta doce ilusão pela vida afora. Hoje, com a queda dos mitos da sexualidade, com as pessoas podendo se dar o direito de conversar abertamente a respeito do assunto, os homens foram se dando conta de que não apenas nesta questão, mas em todas as outras áreas de sua saúde, eles são extremamente frágeis, afinal são seres humanos e, como tais, sujeitos às doenças.
A respeito deste tema, redigi recentemente uma coluna com o título Elas vivem sete anos mais, na qual mostrei as estatísticas do próprio Ministério da Previdência Social, onde ficava evidente a questão.
Expostos às doenças, por maus hábitos de vida, bebidas,alimentação,fumo e principalmente pela falta de cuidado com a própria saúde, eles não se cuidam, ou quando o fazem é nas horas de dor, de sofrimento, e com o passar do tempo melhoradas as suas condições físicas, a maioria volta a deixar a “vida me levar”.
Ficam eles dando cabeçadas vida afora e desta maneira terminam bem mais cedo sua passagem pela existência terrena. Muitos, quando não têm um final rápido, acabam seus dias de forma muito dolorosa, vítimas de doenças incapacitantes, totalmente dependentes de ajuda para executar as mais simples atividades da vida diária. Para tomar um simples banho, até mesmo para se alimentar precisam da ajuda de alguém.
Outros, ainda, acabam por se tornar um fardo pesado para suas esposas e familiares, que muitas vezes acabam por abandonar empregos para permanecer em casa cuidando daquele homem totalmente incapacitado. Com isto, a renda familiar desaba e a vida daquela gente se torna mais difícil ainda.
Devemos prestigiar campanhas como estas, voltadas para a saúde masculina. Embalados por anos e anos pela mentira do chamado sexo forte, permaneceram os homens afastados dos mais elementares cuidados com si mesmos. A ida ao médico era vista como um sinal de fraqueza, não era coisa de homem.
Os novos e bem-vindos ventos da liberdade e do esclarecimento começam a mudar este cenário. Os cuidados com a saúde são uma obrigação e um direito de todos.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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