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Um planeta à beira do esgotamento
Um trabalho publicado em edição eletrônica recente, coordenado pelo professor Jorgen Randers, da DI Norwegian Business School—como o nome já informa, da minha querida Noruega, onde nasceram e vivem minhas amadas netas Isabella e Sophie, filhas de Flavia e Trond—, que certamente será utilizado como fonte de informações para a programação do congresso mundial sobre meio ambiente Rio+20, nos deixa extremamente preocupados.
Este ilustre homem, professor em sua terra natal, respeitado e admirado por seus trabalhos em defesa do nosso planeta, apresentou um trabalho do qual participaram trinta ilustres pessoas de diferentes países, que tem como tema principal questionar a questão do crescimento permanente da economia e da população mundial.
Até onde podemos ir, sem chegarmos à beira do abismo da destruição da terra?
Pelo que mostra este estudo do prof. Jorgen, da Norwegian Business School, já chegamos muito perto do ponto final desta caminhada insensata de mais e mais crescimento.
Segundo ele, o planeta encontra-se próximo do fim de sua capacidade de suportar o tremendo mal que lhe causamos todos os dias, trezentos e sessenta e cinco dias por ano, desde que o homem surgiu.
Como exemplo, em miniatura, deste tremendo drama, posso citar a Ilha da Páscoa, situada em mares do Chile.
Naquele pequeno espaço de terra, os donos do poder, variáveis de tempo em tempo, esculpiam gigantescas estátuas, os chamados Moais, em honra aos deuses da época, em pedras que ficavam muito distantes da praia. Para levar as estátuas até à beira do mar, voltadas para o nascer do sol, aquela gente usava as árvores e, quando estas acabaram, passaram a derrubar as palmeiras existentes.
Depois de alguns anos, acabaram-se as árvores e também as palmeiras. A desgraça que se seguiu, segundo historiadores, foi terrível, incluindo o canibalismo.
E, segundo os mesmos historiadores, a civilização daquela gente acabou!
De modo algum desejamos isto para os que vierem depois de nós! Nossos filhos, netos e bisnetos, enfim, todos os nossos descendentes.
Devemos interpretar de forma mais coerente o preceito bíblico que diz “crescei e multiplicai-vos”.
Fiquei extremamente impressionado com uma palestra a que assisti, de um renomado economista brasileiro, que em determinado momento afirmou que ficava deprimido toda vez que os meios de comunicação informavam que a economia mundial crescera “tanto por cento”. Segundo ele, isto queria dizer que a natureza encolhera na mesma proporção.
O planeta e sua natureza não suportam o que fazemos com eles. Precisamos passar estas ideias para as crianças. Só elas poderão salvar Gaia, esta nossa pequenina esfera onde vivemos, esta nave, como dizia Galileu, ”e la nave va”.
PS.
Segundo estudos do Clube de Roma, em 2052, o planeta abrigará 3 bilhões de pobres!
![Dr. Norberto Louback Rocha Dr. Norberto Louback Rocha](https://acervo.avozdaserra.com.br/sites/default/files/styles/foto_do_perfil/public/colunistas/norberto.jpg?itok=LGlRI66-)
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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