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Um milhão de suicídios por ano
O tempo passa, as notícias vão e vêm, mas de vez em quando o tema volta para as manchetes dos meios de comunicação. Estamos falando da velha e dolorosa conhecida da humanidade: a depressão. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), ela atinge atualmente cerca de 350 milhões de pessoas em todo o mundo, número gigantesco e assustador. A doença não escolhe idade nem sexo ou raça, destruindo vidas e famílias de forma silenciosa. Um número impressionante destas pessoas sequer sabe que a doença que as atinge e as afasta do convívio da família e dos amigos se chama depressão. Muitas delas se dizem tímidas ou retraídas, tentando justificar a solidão em que vivem e muitas vezes suas próprias famílias reforçam esta afirmação, confirmando que elas sempre foram deste jeito desde crianças. Segundo a OMS, a depressão é atualmente a principal causa de alteração comportamental entre os jovens na faixa etária dos 10 aos 19 anos em todos os países do mundo. Pessoal da área de saúde adequadamente preparado para diagnosticar e tratar dos portadores da doença ainda não existe em número suficiente, e esta é uma das muitas razões para explicar a grande quantidade de doentes sem nenhum tratamento médico ou psicológico. Uma das consequências deste fato é o gigantesco número de suicídios: cerca de um milhão por ano em todo o mundo. É uma doença que se disfarça de mil formas. Distúrbios do sono, muito comuns entre as mulheres, por exemplo, pode ser uma destas formas de disfarce. Perda do apetite, sentimento de culpa sem saber por que, gerando uma grande tristeza, é outro disfarce; muitos problemas atribuídos à menopausa podem ser manifestações da depressão que passam despercebidas. Não se conhece exatamente o percentual de pessoas atingidas em cada país, mas certamente é bem grande. A doença, ao atingir um indivíduo, afeta gravemente toda a família daquela pessoa, provocando um enorme estrago, que pode acabar destruindo o núcleo familiar com sua desagregação. Afastamento do trabalho, fechamento de pequenas e médias empresas, gerando grande número de desempregados é outra das consequências, quando o indivíduo atingido pela doença é o cabeça da empresa. Como podemos ver, a depressão é uma destruidora de vidas e muito mais ainda. Perceber os primeiros sinais da doença e buscar ajuda rápida e adequada é a forma mais eficaz de se ajudar o doente, o que na realidade do nosso país é uma coisa bem difícil.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
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