Um castigo difícil de descobrir a causa

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Depois de muitas idas e vindas a vários médicos, vivendo um período de melhora dos sintomas que mudaram sua vida para pior, a senhora de quarenta e poucos anos com três filhos, uma família estável e uma profissão que lhe trazia grandes alegrias voltou a sofrer de umas perdas de equilíbrio que passaram a piorar a cada dia. Este acontecimento obrigou-a a ter necessidade de uma pessoa a seu lado , apoiando-a pelo braço todo o tempo em que estivesse de pé. Começou a ter também dificuldade para falar, dizia que sua língua ficava dormente muitas vezes. As coisas pioraram quando começou a perder o controle sobre seus intestinos e também sobre a sua urina. Depois disto ficou presa em sua própria casa. Uma irmã agendou uma consulta com um especialista em neurologia indicado por uma conhecida que apresentou sintomas parecidos e agora estava bem melhor. Depois da consulta e tendo feito os exames solicitados pelo médico, foi informada de que estava sofrendo de uma doença chamada esclerose múltipla, na qual o organismo agride a si mesmo.

Doenças semelhantes, como o lúpus e o reumatismo, segundo o doutor explicou, acontecem em outras partes do corpo. Sem que se tenha certeza da causa, as mulheres são mais atingidas do que os homens. Falam que a causa poderia residir na questão hormonal. Como ocorreu com a paciente deste caso, as pessoas podem ter períodos de melhora espontânea, permanecendo tempos sem nada sentir e, de um dia para o outro, a doença retorna. A doença provoca lesões inflamatórias no tecido cerebral e na medula espinhal, o que causa perda das funções daqueles órgãos, mais ou menos graves dependendo do tamanho da área afetada, e que pode causar até a completa incapacidade da pessoa, impedida de se alimentar e falar normalmente. Até o momento permanece uma doença sem cura, assim como o diabetes, por exemplo, mas que pode ter algum controle com os novos medicamentos que vão surgindo. Não existe um exame especial que possa dar o diagnóstico da doença, permanecendo este ainda na boa capacidade do neurologista, que através da observação clínica chega à conclusão da esclerose. É uma doença progressiva, que avança lentamente se o paciente estiver fazendo uso da medicação correta. Tratamentos podem ser feitos com apoio de equipe multidisciplinar, onde se incluem, além do neurologista, fisioterapeuta, psiquiatra e psicólogo. 

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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