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Tristeza, melancolia, depressão
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Ao longo dos anos ela teve diferentes nomes. Em épocas mais remotas a chamavam de melancolia, tristeza e outras denominações. Hoje é definida como depressão.Um estado de humor em que a pessoa se deixa dominar pelo desânimo, pelo desinteresse pelas pessoas e por si mesma. Abandona os cuidados pessoais e fecha-se em alguma parte da casa, arredia a qualquer contato.
Na verdade, esta é uma situação extrema, uma fase avançada desta mal compreendida doença que atinge cerca de vinte por cento da humanidade. Suas causas são ainda muito discutidas, e os pesquisadores que se dedicam a seu estudo falam em causas genéticas, ambientais e psicológicas. Os religiosos por seu lado citam como causa principal a perda da fé, da crença em uma vida após a morte, do completo afastamento de Deus.
Assim como muitas outras doenças que afetam os seres humanos—diabetes, pressão alta e alguns tipos de câncer—a depressão também tem laços familiares. Sabe-se que um indivíduo que tenha familiares com doença depressiva apresenta risco muito grande de também desenvolvê-la.
Nem todos acabam por desenvolver o estágio mais grave e terminal da doença; por motivos ainda desconhecidos muita gente permanece nas fases mais brandas, nas quais apesar de apresentar visíveis sinais dela, vai tocando a vida e sobrevivendo aos trancos e barrancos.
Hoje, em todo o mundo, alguns dos medicamentos mais vendidos nas farmácias são os antidepressivos, produtos que mesmo sem levar à cura, de algum modo, ajudam a diminuir os sofrimentos de muita gente. Pessoas muito ansiosas, com sinais de fobias e transtornos obsessivo-compulsivos, e outras com quadro de insônia, parecem ser mais predispostas a chegar a uma doença depressiva.
É impressionante a predominância desta terrível doença entre a população dos diabéticos.
Parece muito grande a probabilidade de um diabético desenvolver quadro depressivo, muito mais que pessoas não diabéticas. Da mesma forma, o surgimento de doenças degenerativas como Parkinson e Alzheimer, ambas ainda sem tratamento curativo mas apenas paliativo, se apresenta como frequente entre a população depressiva.
A busca por medicamentos que tratem de forma eficaz esta grave doença que destrói milhares de vidas, dos pacientes e de suas famílias tem sido muito intensa, mas até o presente momento pouco resolutiva.
A medicina dispõe de um grande numero de drogas e outras modalidades de tratamento, que incluem até mesmo a aplicação de corrente elétrica no cérebro. Também se realizam, de forma menos frequente, cirurgias para implante de eletrodos no interior do cérebro. As pesquisas continuam na busca do alívio e da cura. Uma grande esperança vem sendo depositada num antigo anestésico, a cetamina, desenvolvida para socorrer militares norte-americanos na guerra do Vietnã.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
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