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Sentinela, como foi a noite?
terça-feira, 30 de outubro de 2012
Um costume existente nos tempos bíblicos era de, ao assumir um posto de vigília das muralhas das cidades, ao amanhecer, perguntar ao que estava saindo o seguinte: Sentinela, como foi a noite?
Assim, sempre se estava informado do que ocorrera, se as coisas foram normais ou se algum fato diferente se passara nas horas de escuridão.
E assim foi por muito tempo. Ao longo da história da humanidade na face deste planeta, tudo o que foi construído de conhecimento, seja de história, da ciência, das artes, da medicina, da psicologia, da religião, enfim, foi herdado do passado e hoje nos é completamente indispensável e constitui a base da nossa civilização.
As gerações foram passando umas para as outras as informações, as descobertas e as ideias, de pais para filhos e de mestres para os discípulos.
No início tudo era feito de forma verbal, pois a escrita e as codificações vieram muitos anos depois.
As trevas foram sendo iluminadas com a luz dos conhecimentos e os caminhos se abrindo de modo lento e gradual.
Conquistas enormes, que custaram as vidas de muitos, mulheres e homens, foram formando um verdadeiro reservatório de conhecimentos que trouxeram alívio aos sofrimentos físicos, emocionais e espirituais de toda a espécie humana.
Quantas doenças que antes eram mortais são hoje prevenidas pela genial ideia das vacinas.
Medicamentos que aliviam as dores, técnicas de cirurgia que removem do corpo os tumores e outros males, exames por imagens que permitem enxergar dentro do organismo e informar o que está errado.
Tudo isto não aconteceu por acaso, de graça, não caiu dos céus como se costuma dizer, mas foi fruto de trabalho árduo, sofrido, daqueles que vieram antes de nós.
Um exemplo clássico, a descoberta da radioatividade, que destruiu a vida dos seus descobridores, que sofreram no próprio corpo os efeitos arrasadores desta energia fabulosa, que hoje salva vidas e move muitas nações, apesar dos riscos que existem em sua utilização, basta lembrar Chernobil e Fukushima, sem falar em Hiroshima e Nakasaki.
O que temos de bom e de mal recebemos como herança daqueles que vieram antes de nós, nossos avós, mães e pais e amigos.
Se estamos todos aqui, devemos ao esforço e aos cuidados deles. Das noites sem dormir e dos longos dias em que estiveram ao nosso lado quando estivemos doentes.
Da sua presença amiga e alegre nos momentos de comemoração e júbilo.
Que neste próximo dia de finados, daqueles que já se foram, mas que deixaram muito de si, possamos homenageá-los com nossa presença e nossos pensamentos, certos de que num futuro próximo ou distante, seremos nós os finados, os que se foram!
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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