Seja você um doador! - 17 de janeiro 2012

sexta-feira, 06 de abril de 2012

É rara a semana em que os meios de comunicação não noticiam a respeito de crianças ou adultos que estão numa das gigantescas filas à espera de um órgão para transplante.

De acordo com as estatísticas do ano passado, do Ministério da Saúde, enquanto sessenta por cento dos doadores eram do sexo masculino, as mulheres representavam apenas trinta e nove por cento dos mesmos.

Entre os estados, São Paulo é o que apresenta o maior número deles, com quinhentos e noventa e dois doadores.

O nosso estado aparece bem lá atrás. A questão da doação de órgãos, desde que foi realizado o primeiro transplante de coração em São Paulo, foi claramente definida como uma solução vital para todas aquelas pessoas portadoras de algum tipo de deficiência em algum órgão, que coloque a vida da mesma em risco.

Os emocionados depoimentos dos pacientes à espera do aparecimento de um doador, assim como dos seus familiares, dão bem a medida da importância desta questão.

Segundo os especialistas dos diferentes centros de captação de órgãos no Brasil, ao contrário de países com medicina mais avançada, nós sofremos de dificuldades grandes para receber e levar os órgãos ao seu destino.

É comum assistirmos a declarações nas TVs de parentes de vítimas de acidentes e de morte súbita, que haviam se declarado candidatos à doação, mas que não conseguiram doar órgãos de seu ente querido por dificuldades que estão localizadas principalmente nas questões burocráticas e de pessoal especializado para fazer de modo correto—e em tempo hábil—a retirada dos mesmos.

Para que vocês tenham uma ideia, no caso do coração, por exemplo, do momento da comprovação do óbito até o transplante em outra pessoa, o tempo máximo de espera é de quatro horas.

Após este prazo nada mais se pode fazer, e o coração é descartado. Este fato representa um duro golpe para aquele que esperava desesperadamente por este momento, repercute severamente na família e deixa as equipes médicas desanimadas.

Atinge também a população brasileira, no momento em que deixa passar pela mente de cada um o pensamento de que aquilo também pode acontecer com alguém de sua família ou com eles mesmos.

A falta de esclarecimentos e de campanhas para motivar pessoas a deixarem seus órgãos para doação, também é dita pelos especialistas como um elemento que faz diferença.

Em países com maior nível de cultura e escolaridade, o número de candidatos a doação é muito maior do que o nosso, assim como seu sistema de captação e entrega dos órgãos. Somente têm noção da importância de uma doação de órgão as famílias que por ela aguardam. Seja você um doador!

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.