Saúde: cuidado para não perder a sua!

terça-feira, 28 de abril de 2015

Existem diversas formas para definir a palavra saúde. Hoje se entende perfeitamente que não se pode falar, como já se falou em outros tempos, que ela seria uma situação de equilíbrio físico, com todos os órgãos do corpo funcionando normalmente. 

A definição mais aceita atualmente é de um estado de bem-estar muito mais amplo, que além do corpo inclui a mente, o ambiente em que as pessoas vivem, que influi amplamente nas funções do organismo, a moradia, o atendimento por meio do Estado das necessidades básicas como saúde e segurança, escolas para as crianças, empregos e salários que permitam uma vida digna, acesso a serviços de água potável de boa qualidade e uma coleta de lixo e sistema de esgotos que permitam a todosa convivência em um meio ambiente saudável. 

Quando algum destes quesitos, ou vários deles, não funciona ou funciona mal, com certeza a definição da palavra saúde fica muito prejudicada. Não se pode ter meia saúde. Não se pode ter saúde em meio aos tiroteios que se vê nas imagens das TVs. Não se pode ter saúde emocional ao assistir todos os dias as mesmas notícias de roubo e corrupção, estupros e chacinas e conviver com a terrível sensação de que nada vai mudar, que a impunidade é uma verdade. Morrer na porta do hospital ou na fila da Previdência Social. Tentar usar um telefone celular que falha toda hora ou marcar consultas médicas que podem levar semanas de espera. Utilizar ônibus que não respeitam horários e sempre estão lotados. Andar nos trens e metrôs super-lotados onde muitas mulheres sofrem abusos físicos. Tomar conhecimento de salários altíssimos, enquanto a massa da população mal ganha para seu sustento. Idosos que durante sua vida contribuíram para o INSS sobre dois ou três ou mais salários, receberem no fim da vida, quando mais precisam, pouco mais de um único salário mínimo. 

A partir daí, as pessoas começam a adoecer, perdem as esperanças de alguma vida melhor, tornam-se vítimas da depressão, dormem mal, passam a depender de remédios para dormir, para pressão alta, para dores de todo tipo, que percorrem seu corpo sofrido. Gastam o pouco que resta de alguma economia para colocar grades em suas pequenas casas, com medo dos ladrões. Muitos encontram no álcool uma saída, ainda que ilusória, para fugir desta dura realidade. Outros conseguem através das suas igrejas, se agarrar a uma esperança de dias melhores que virão.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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