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Quem vai cuidar dos idosos?
O assunto do momento em todo o mundo é o envelhecimento das populações. Os idosos de hoje já estão com sua situação definida e pouco se pode fazer. Para o futuro é que surgem as discussões. Enquanto em nosso país, na década de 40, as mulheres tinham em media 6 filhos durante sua vida fértil, hoje elas têm menos de 2 filhos. A população contudo continua envelhecendo, e o que teremos lá na frente é que serão mais idosos aposentados do que pessoas mais jovens para contribuir para a aposentadoria destes idosos. Isto é apenas um dos lados do problema. Muito maior que isto é a questão que se apresenta como urgente: ‘uem vai cuidar desta população gigantesca de idosos? Atualmente, instituições filantrópicas e particulares fazem este trabalho, enquanto o poder público federal só dispõe de um único asilo, o Cristo Redentor, com trezentas vagas, mas que sobrevive em condições difíceis. A totalidade dos idosos brasileiros tem como sua maior preocupação não se tornar um fardo para suas famílias, ou como eles mesmos dizem, um peso morto. Infelizmente, a realidade brasileira mostra que tudo é muito diferente. Com aposentadorias de pequeno valor, eles acabam dependendo da ajuda de familiares para sobreviver, pois suas famílias não conseguem vagas para alojá-los em locais filantrópicos ou públicos e não conseguem pagar os custos das instituições particulares, e ao mesmo tempo sofrem com a presença do idoso, em sua maioria completamente dependente de ajuda em todos os momentos do dia a dia. Pois por mais amor que tenham por seu idoso, quase todos da família precisam trabalhar fora e aqueles que permanecem na residência, não aguentam sozinhos todo o imenso e desgastante trabalho de cuidar 24 horas por dia, todos os dias do ano, de um parente idoso, por mais afeto que sinta pelo mesmo. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o melhor país do mundo para um idoso viver é a Noruega, nação pela qual tenho uma grande admiração. Como diz a bíblia, o envelhecer significa enfado e sofrimento para a maioria dos idosos, que sofrem com a perda de sua capacidade física, da memória e com o falecimento da maioria de seus parentes e amigos. Lembro-me de um filme brasileiro com o titulo de Chuvas de Verão, no qual o excelente ator Jofre Soares, o mais antigo e naquele momento o ultimo morador de uma vila de casas num subúrbio do Rio de Janeiro, sentado na varanda da casa, batia repetidamente no peito e dizia: “Para, coração. Para, coração”.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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