Quem procura, acha

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Nos tempos das nossas avós e também muito antes, os médicos eram muito habilidosos no exame físico de seus pacientes. Todos os detalhes eram importantes e nada passava despercebido. A cor da pele e dos olhos, o estado do abdômen, a cor da urina, o hálito, a respiração, a função intestinal, o apetite e muito mais. Era um tempo de prática médica onde não dispunha o médico de toda esta gigantesca quantidade de exames que temos hoje. Podemos penetrar no corpo humano e ver mínimos detalhes por meio de ultrassonografias, tomografias e ressonâncias magnéticas. Usando agulhas super finas de plástico, podemos retirar fragmentos de quase todas as partes do corpo para exame. Provavelmente por causa disso, os médicos perderam muito de sua habilidade para diagnosticar certas doenças apenas pelo exame físico, e ficamos dependentes desta tecnologia, que por sinal é excelente e salva milhares de vidas todos os dias.

Falando, então, a respeito destas novas tecnologias, um dos órgãos mais pesquisados atualmente, pela facilidade que sua localização - na parte anterior do pescoço - oferece, é a glândula tireoide. De vital importância em nossa vida, seus dois hormônios, o T3 e o T4, são fundamentais para o funcionamento do coração e dos rins. Ela pode estar muito acelerada, no caso do hipertireoidismo, ou muito vagarosa, no caso do hipotireoidismo. Tudo se normaliza com o tratamento adequado. Mas, com o uso da ultrassonografia de rotina, começamos a descobrir muitos nódulos na tireoide, e com isso a preocupação de todos aumentou bastante. Principalmente pelo medo do câncer. As estatísticas mostram que o risco maior da doença é com os homens e crianças. Mulheres são menos predispostas. Um método simples e de baixo risco para fazer diagnóstico é o uso da agulha fina de plástico descartável, guiada por ultrassonografia, que consegue colher material suficiente para exame que vai informar com segurança se é benigno ou maligno e permitir ao médico uma conduta segura. Por sorte, apenas 5 a 10 por cento dos nódulos são malignos; estes precisam ser retirados e um tratamento com iodo radioativo é iniciado. Sem a tireoide, as pessoas precisam receber doses diárias do hormônio sintético e vão ter vida normal.

A grande promessa que surge no mercado farmacológico é um teste molecular chamado PEGTIR, que consegue classificar com certeza se o nódulo é benigno ou maligno, evitando desta forma a realização de tratamento cirúrgico. Um obstáculo para o uso deste teste é o seu preço, quase R$ 10 mil. Com o passar do tempo, provavelmente este preço vai cair e poderemos utilizar este exame com mais frequência. Se você perceber um caroço em sua tireoide, procure seu endocrinologista.

TAGS:
Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.