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Que saúde queremos
O ano termina com um cenário de enormes dificuldades na área da saúde publica e privada, ou seja os planos de saúde. Atualmente estes planos respondem por cerca de 50 milhões de brasileiros . Queixas existem , e muitas , entre usuários dos dois sistemas . No SUS - Sistema Único de Saúde - faltam desde médicos plantonistas nas unidades até ausência de material para curativos e exames indispensáveis, como raios X, tomografias e exames de sangue. Em relação aos planos de saúde, reclamações relativas a dificuldades de marcação de consultas, negativas em autorizar exames de alto custo , mesmo para detentores de chamados planos vip, ou seja, aqueles de mensalidades bem acima do geral.
Neste mês de dezembro, por exemplo , vivenciamos um verdadeiro caos na rede pública do Estado do Rio de Janeiro, com a paralisação das principais unidades de saúde e das UPAs que levou a interferência do Ministério da Saúde para diminuir a crise. Em todo o Brasil, com raras exceções, a situação se repete. Filas de espera para cirurgias que chegam a meses, por exemplo. Um fato em comum nos dois sistemas vem sendo a judicialização da medicina. Cada vez mais as famílias se socorrem na justiça para conseguir ter seus direitos atendidos. No mundo inteiro os sistemas de atenção a saúde sofrem problemas parecidos, a assistência médica é muito cara e cada vez surgem novos procedimentos que, se por um lado são mais eficazes, por outro são muito caros, sobrecarregando cada vez mais os custos dos planos privados e do sistema público.
Em muitos países está sendo estimulada a prática da chamada medicina de evidências, procurando recorrer menos a exames de alto custo e fazendo os diagnósticos baseados nas evidências que o paciente fornece, pois segundo um velho ditado medico “o corpo fala “. Algumas estatísticas mostram que mesmo com todos os recursos tecnológicos disponíveis , ainda acontecem muitas falhas na assistência médica. Segundo especialistas em gerenciamento , são necessárias mudanças radicais em ambos sistemas, se quisermos garantir sua sobrevivência. A principal mudança é a racionalização dos procedimentos, buscando sempre resolver as condutas médicas com o menor custo sem perder a eficácia.
O Chile, por exemplo, vem conseguindo bons resultados com as mudanças implementadas no seu sistema de saúde através de uma salutar concorrência entre o público e o privado. Esperemos que possamos realizar as sérias mudanças que nossa saúde precisa. Desejo um feliz ano novo para todos, com saúde e paz e comunico que entrarei de férias neste mês de janeiro.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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