Quando ele falha

quarta-feira, 08 de abril de 2015

A conversa com uma paciente no meu consultório despertou minha atenção para o assunto desta coluna. Na verdade trata-se de um problema que afeta uma grande parte da população, de todas as faixas sociais, principalmente as mulheres, por razões ainda não bem definidas. Por ser um fato de natureza muito íntima, deixa de ser abordado por todos pois ninguém se sente à vontade.

A vida de quem sofre desta doença é muito complicada. O nosso assunto é a chamada prisão de ventre. Para quem tem um intestino normal, fica muito difícil imaginar como pode alguém permanecer vários dias sem evacuar. Mas fiquem sabendo que uma boa parcela da população passa por isto, às vezes uma vida inteira. Só para termos uma ideia da questão, vamos ver como o intestino é intimamente ligado ao nosso emocional.

Acredito que quase todas as leitoras já passaram por uma situação como esta que vou apresentar. Você viaja, vai para a casa de algum parente, e o seu intestino que sempre foi um relógio, simplesmente faz greve e não funciona. Outro exemplo: você esta numa viagem e sente vontade de ir ao banheiro. Aproveita então uma parada do ônibus para um lanche dos passageiros e vai direto para o sanitário, olha aquele lugar estranho, diferente de sua casa e desanima, volta para o ônibus com o intestino preso. Estes são apenas pequenos exemplos de acontecimentos do dia a dia na vida de muita gente, que nem pensa em falar no assunto.

 A procura por tratamento para a doença quase sempre é feita nos balcões das farmácias, apelando para a boa vontade de algum funcionário. Na maioria das vezes, a pessoa volta para casa levando algum produto dito laxativo. Quase sempre eles fazem efeito e o intestino funciona. A questão é que ao longo dos anos estes produtos podem, e geralmente fazem, mais mal do que bem e muitas vezes podem causar graves lesões nos intestinos. O correto, minha gente, é buscar orientação médica sempre.

Em muitos casos, o mau funcionamento dos intestinos esconde alguma doença grave, que só os exames médicos podem descobrir. O tempo perdido usando os ditos laxativos pode ser fatal, impedindo a descoberta da doença em tempo de ser curada. A maioria dos produtos utilizados para fazer funcionar o intestino age por mecanismo de irritação, tipo colocar pimenta na boca, e assim ao longo dos anos acaba por piorar as coisas. Orientação médica com mudanças de alimentação e de hábitos, precedidos por exames de rotina para afastar risco de doença mais grave e acompanhamento nutricional são o caminho certo para ter um bom intestino. E, se for preciso, existem bons medicamentos, que não agridem e ajudam muito.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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