Para evitar uma tragédia

terça-feira, 07 de fevereiro de 2017

Uma ameaça muitas vezes mais grave que a dengue, zika e chikungunya, por causa do seu alto grau de mortalidade, a febre amarela pode causar uma tragédia em grande escala, em nível nacional, se providências urgentes forem proteladas. Segundo reportagem recente do jornal O Globo, desde dezembro do ano passado, com o aparecimento de elevado número de macacos encontrados mortos em matas do estado de Minas Gerais, já havia a sinalização da presença do vírus da febre amarela, mortífero para os macacos e também para muitos humanos. Como já se sabe, há muitos anos, os macacos são a primeira fonte de informação para a vigilância em saúde em relação a diversas doenças, entre elas, a febre amarela. Sempre que ocorre morte de animais em zonas de matas, uma das causas em que se pensa é a infecção por alguma virose. O grande temor dos especialistas em virologia é que pessoas infectadas possam vir para grandes cidades, como Rio de Janeiro, por exemplo, e serem picadas pelo Aedes, que está em todos os cantos do estado, e este mosquito contaminado possa espalhar a doença para todos os lados, o que seria uma tragédia. Se a dengue já causa um estrago daqueles, mas com poucas mortes, pense na febre amarela com alto índice de mortes.

Segundo os especialistas, a pior coisa que pode acontecer será a mudança da febre das matas para dentro das cidades. A última notícia que temos da febre amarela numa cidade foi em 1942, no Acre. Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), para se evitar uma epidemia, ou seja, um surto tremendo da doença, é preciso que se vacine oitenta a noventa por cento da população. Aqui entre nós, por exemplo, seria ter que vacinar 180 mil friburguenses, supondo nossa população de 200 mil pessoas. O vírus desta doença causa grave inflamação no fígado, fazendo com que ocorra uma forma de hepatite, e além de vômitos e febre, a pessoa sente dores violentas na barriga e logo começa a ficar com uma cor amarelada na pele e nos olhos - por isso o nome de febre amarela.

Até agora, o mosquito Aedes já contaminou com dengue, zika e chikungunya cerca de dois milhões de pessoas, com grande número de mortes. Imaginemos o que pode ocorrer se ele espalhar a febre amarela. A única saída existente é a vacinação em massa da população dos estados vizinhos de Minas Gerais. Uma grande dificuldade também existente é que idosos e crianças com menos de um ano não podem ser vacinados, pelo risco de pegarem a doença, já que ela é feita com o vírus atenuado. Todo cuidado é pouco!

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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