Os homens em foco!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Podemos observar nos meios de comunicação algumas pequenas mudanças de rumo no que diz respeito aos homens.

Com as atenções desde sempre voltadas para cuidados com as crianças e, nos últimos anos, com a saúde da mulher, esta coluna é um dos exemplos: eles permaneceram fora do foco das atenções.

Acostumados a ouvir desde crianças que ”homem que é homem não chora”, foram sendo deixados de lado. Por exceção de algumas poucas iniciativas, muito ocasionais na verdade, principalmente relacionadas ao câncer da próstata, nada era feito de realmente importante como política pública de saúde relativa ao sexo masculino.

Apenas nestes últimos tempos, com a exposição através da mídia do fato de que as mulheres vivem muito mais tempo que seus maridos, a média é de sete anos, é que eles foram se tornando também o alvo das atenções maiores.

Muito ao contrário delas, eles sempre foram arredios quando o assunto era cuidar da própria saúde. As estatísticas mostram que, para cada dez mulheres que frequentam os ambulatórios médicos cumprindo suas rotinas anuais de atenção à saúde, apenas um homem faz o mesmo. Sem dúvida uma diferença brutal, que revela o porquê, entre outros muitos fatores, do fato delas viverem mais tempo e com melhor qualidade de vida.

Mais atingidos que suas companheiras, por diversas enfermidades, a maioria delas relacionadas aos seus hábitos de vida, seguem eles sendo precocemente vitimados.

O fumo, o álcool, abusos alimentares principalmente ligados ao sal e às gorduras, exposição ao sol sem uso de protetor solar e uma série de outras faltas de cuidado encabeçam a relação.

Felizmente, depois de longo e silencioso período de tempo, começam as autoridades de saúde do país a acordar para a realidade que envolve a saúde do sexo masculino. A realidade dela não é nada agradável, não só pela falta de estímulos governamentais, mas também, e principalmente, pela acomodação masculina.

A verdade é que somente através de campanhas veiculadas por todos os meios de comunicação poder-se-á convencer a comunidade masculina que é preciso deixar de lado a falta de atitudes e mudar de hábitos.

Fazer visitas anuais ou semestrais, dependendo de cada caso, ao seu médico, participar das campanhas patrocinadas pelos órgãos de saúde, mudar hábitos de vida, seguir as recomendações médicas quanto ao uso correto de remédios, prática de atividades físicas saudáveis, são algumas das providências que devem eles tomar daqui para a frente, se quiserem reverter as estatísticas desfavoráveis.

A famosa cultura “machista” deve ser abandonada, na verdade ela nunca levou a nada além da criação de mais uma barreira entre os sexos, e a fazer com que os homens adoeçam e sofram silenciosamente.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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