Os finados

terça-feira, 01 de novembro de 2016

Iniciamos este mês de novembro com uma data fundamental para todos nós: o dia dos finados, celebrado amanhã, 2. Daqueles que finaram, que se foram, daqueles que terminaram sua passagem por este mundo. Em nossa região a data parece que foi escolhida a dedo e de acordo com a natureza.

Nesta época do ano a chuva sempre aparece, e na maior parte do tempo ela é leve, uma chuvinha pequena e suave, como uma neblina. Fica bem com os sentimentos que marcam as visitas que são feitas aos cemitérios, de saudade, de arrependimento por coisas que deixamos de fazer enquanto eles estavam entre nós ou por coisas que fizemos além da conta e que foram dolorosas.

A exata medida destas últimas, só percebemos muitos anos depois do acontecido, quando já não dá mais tempo de se desculpar e pedir perdão. Hoje com o crescimento da opção pela cremação dos corpos, muitas famílias guardam em casa, num local adequado, como um pequeno altar, as cinzas dos entes queridos, o que recentemente foi vedado pela Igreja Católica. A maioria, contudo, ainda vai aos cemitérios, ditos campos santos, onde repousam os restos mortais dos seus caríssimos. Daqueles que os carregaram no colo quando ainda eram pequeninas pessoas, dos que os cuidara, alimentaram, vestiram e protegeram anos a fio, até que afinal fossem capazes de se cuidarem sozinhos.

Todas as crenças reconhecem como um ato de piedade e amor estes cuidados com aqueles que se foram. Recordar deles com afeto e respeito faz muito bem a suas memórias e a nós mesmos. As diferentes religiões prometem que teremos um reencontro com os que partiram antes de nós e que desta vez não haverá mais separação.

Os budistas, que dizem ser uma filosofia de vida e não uma religião, contam uma história de seu fundador, o mestre Buda, que chegando ele ao local onde estavam seus seguidores, percebeu que debatiam acaloradamente. Perguntou por que discutiam assim e responderam que era a respeito de haver, ou não haver, vida após a morte. Respondeu que a seu ver aquela era uma coisa impossível de responder. Que esperassem morrer para então saber.

Visite seus finados amanhã, ou se isto não for possível, pense neles com carinho! 

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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