O que vou fazer quando ela chegar?

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Queixa frequente nos consultórios ginecológicos, o ressecamento vaginal, as ondas de calor, a mudança de humor para pior, a péssima qualidade do sono, sem falar na diminuição acentuada do interesse sexual, são as principais consequências da menopausa.

Fase da vida feminina que coincide com o esvaziamento da casa, pela saída dos filhos que partem em busca da sua moradia, desejosos de constituir sua própria família.

Seja apenas pela menopausa em si ou pela associação com aquilo que chamamos de síndrome do ninho vazio, torna-se um momento da vida feminina muito temido.

Quantas vezes tenho que responder a perguntas do tipo “o que vou fazer quando a tal menopausa chegar?”

Na verdade, os acontecimentos que as mulheres vão enfrentar nesta nova e temida jornada não são tão terríveis como se diz. É claro que as dificuldades serão muitas, e que também não será um ‘passeio’ como muita gente afirma. Muitas são categóricas ao garantir que não sentiram nenhuma diferença em suas vidas depois que as menstruações acabaram. Nada de calores ou irritabilidade, o sono continuou o mesmo, apenas a lubrificação vaginal é que sofreu uma grande redução, tornando obrigatório o uso de algum creme lubrificante. Fora isto, nada mais.

Nós médicos não temos como avaliar até onde essas informações são exatas, apenas podemos supor que, por algumas razões especiais, algumas mulheres passam por esta fase de suas vidas sem muitas dificuldades. A este respeito, dispomos de informações médicas que relatam o fato de mulheres de países do oriente apresentarem pouquíssimas reclamações quando entram na menopausa. Supõe-se que isto tenha a ver com a alimentação, bastante diferente da nossa, e também com o fator cultural já que esta palavra menopausa e também seu significado, não existem nos idiomas daquelas nações.

Aqui entre nós, felizmente, dispomos de excelentes e eficazes meios para apoiar e ajudar nossas pacientes a atravessar este caminho na direção de um envelhecimento mais saudável.

Embora muita gente possa achar estranho esta afirmação, a respeito de envelhecimento saudável, isto já é um consenso mundial.

É perfeitamente possível, e bastante simples, conduzir a mulher por caminhos seguros e com baixos riscos, desde que obedecidas as técnicas de boa medicina, seguindo os protocolos determinados pelas sociedades médicas que regulam a especialidade.

Assim procedendo, utilizando corretamente a terapia hormonal, pesando os riscos e benefícios em cada caso, poderá o ginecologista ajudar sua paciente a manter e até mesmo melhorar sua qualidade de vida.

Mudanças nos hábitos de vida, atividade física coordenada por pessoal especializado, exames de laboratório, densitometrias dos ossos, mamografias, exames preventivos contra o câncer do colo uterino e dos ovários, são alguns dos elementos disponíveis para que possamos juntos, ginecologistas e pacientes, alcançarmos o objetivo almejado, de envelhecer com saúde.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.