O que não falta é desgraça

segunda-feira, 20 de março de 2017

Realmente, segundo observadores da vida brasileira, quem mora no Brasil nunca irá sofrer de falta de estresse, de baixa adrenalina ou de ter todos os dias, no café da manhã, alguma desgraça nova para começar os trabalhos. Não bastassem as notícias de crimes e de violências que atingem diariamente as pessoas, temos as que falam dos políticos envolvidos nas roubalheiras relatadas pela Lava-Jato, buscando inventar novas fórmulas de escapar das garras da lei, isto na cara de todos os brasileiros. Entre tantas desgraças, uma que quase passa despercebida é a libertação do goleiro Bruno e sua contratação por um time de futebol do interior. Um jornal do Rio publicou a foto de uma mulher que levou três crianças para pedir autógrafos ao goleiro e tirar uma foto ao seu lado. Não seria o caso de ela ser processada por expor vulneráveis (as crianças) à situação de dano emocional e psicológico?

Depois do mais recente escândalo, o da carne fraca, com a descoberta da adulteração em grandes quantidades de carne, com a mistura de carne estragada e de carnes proibidas para consumo humano, a da cabeça de porco, com a adulteração de embalagens e de datas de validade, crime cometido com a participação de funcionários públicos cujo trabalho era justamente o de fiscalizar a qualidade da carne a ser vendida, comentam até que teria ocorrido mistura de papelão moído em algumas linguiças (será?). Dizem que este crime vai causar grandes prejuízos ao país, com a perda de mercados no exterior.

Mas me impressionou uma conversa que presenciei entre algumas pessoas num local da cidade. Pelo modo de falar pareciam pessoas muito simples, de baixa escolaridade talvez, falando do assunto da carne estragada: um deles dizia para os outros que isto já deve estar acontecendo há muito tempo e a gente nunca soube, e o que “os olhos não veem a gente nem sente”! Impressionante! E por último a tragédia da mais nova virose, esta muito mais fatal que as outras da dengue da zika e da chicungunha, a terrível febre amarela, que acreditávamos extinta nas nossas cidades desde 1907. Um respeitado especialista nestas doenças disse que “quando macacos são encontrados mortos nas matas sem sinais de violência, é obrigatório que se suspeite da febre amarela e se comece a vacinar todos em volta daquele lugar, antes de mais nada, enquanto se espera o resultado de um segundo exame do sangue daqueles macacos. Disse o especialista que a informação da febre amarela nos animais foi passada aos responsáveis pela vacinação em outubro de 2016. Depois de tantas desgraças é recomendado que se use uma pastilha de anti-ácido para o estomago e um sonífero logo mais à noite para ajudar a dormir.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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