O prazer que se perdeu!

sábado, 31 de julho de 2010

Entre tantos assuntos polêmicos na área da saúde humana, talvez o mais difícil de se abordar continua sendo o que trata da sexualidade. Apesar dos enormes avanços nas ciências exatas, por exemplo a eletrônica, com seus aparelhos que quase não dependem do ser humano, muito pelo contrário, nós somos cada vez mais dependentes deles.

Quem de vocês viveria sem um celular à mão? Sem um bom aparelho de TV dentro da casa? Sem um computador, e sem uma série de outros dispositivos como MP3, pendrives ipods e outros tantos? Com certeza, muitos de vocês vão responder que viveriam sem estes modernos recursos, mas a maioria dos que já os introduziram na sua vida diária vão afirmar que nem sequer podem imaginar viver sem eles.

Os satélites, as viagens espaciais, o GPS, o telescópio espacial Hubble, que nos encanta com suas maravilhosas imagens do cosmo, são realidades que estão aí, inegáveis.

Mas estas coisas são produtos da mente, da inteligência do homem, são frutos de muitas e muitas experiências, com seus erros e acertos até se chegar ao objetivo proposto.

Enquanto tudo isto acontece de forma acelerada, como vai o estado da nossa sexualidade ?

Pelo que nós médicos, psicólogos, psicoterapeutas, e tantos dos que lidam diariamente com a saúde da população, e pelos resultados de numerosas pesquisas a que temos acesso através de revistas medicas e de sites especiais para profissionais de saúde, as noticias não são muito animadoras.

Ao que tudo indica a sexualidade do ser humano anda precisando de uma injeção de ânimo. Mas pelo que sei como médico, as farmácias e drogarias não dispõem em seus estoques deste tipo de medicamento.

E aí então como é que ficamos? Se a solução é uma injeção de ânimo, mas este remédio não existe para uso imediato, o que fazer?

Não sendo a sexualidade uma ciência exata, não podemos tratá-la como fazemos com os cálculos matemáticos. É uma situação complicada esta.

Uma coisa é certa. Sem os hormônios sexuais produzidos pelo nosso corpo, seria impossível sequer pensar em sexo. Mas a questão é muito mais ampla, envolve aspectos educacionais, familiares, religiosos, e muitos outros que não caberiam nesta coluna, de tão numerosos e complexos.

Enquanto para o homem o prazer da sexualidade é muito localizado, é quase que genital segundo afirmam estudiosos, a mulher tem uma sexualidade difusa, cercada por uma atmosfera em que se misturam sentimentos muito delicados, como a admiração pelo parceiro, pelo encantamento que o mesmo lhe causa e finalmente pelo amor, palavra extremamente difícil de definir, que o mesmo lhe desperta.

Enfim, passados centenas de milhares de anos, a sexualidade humana se encontra hoje na dependência de coisas inacreditáveis, como o saldo da conta bancaria, as brigas dos filhos, a rotina do dia a dia, o medo do desemprego, e por aí afora.

Quantas mulheres fingem um prazer que já não sentem e quantos homens buscam nos viagras da vida, a virilidade que a luta pela sobrevivência lhes roubou!

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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