No fio da navalha

terça-feira, 04 de setembro de 2012

A historia do planeta Terra contém evidencias da existência de centenas, milhares, de espécies de seres vivos que a habitaram.

As pesquisas dos arqueólogos, através dos anos, encontram sempre novidades que reforçam isto. Algumas espécies ficaram famosas, como a dos dinossauros.

Gigantescos, ferozes, divididos entre carnívoros e herbívoros. Filmes de grande sucesso foram produzidos tendo como assunto estes enormes animais.

Museus de muitos países possuem esqueletos montados por especialistas em arqueologia, que enchem os olhos de crianças e adultos e alimentam as fantasias dos visitantes sobre como deve ter sido difícil a vida dos nossos antepassados, os homens das cavernas, enfrentando aquelas verdadeiras feras.

Segundo a história, eles dominaram a terra por cento e cinquenta milhões de anos.

A causa do seu desaparecimento, da sua extinção, tem sido atribuída a um enorme asteroide que se chocou contra nosso planeta.

A espécie humana, desde seus primórdios, teria no máximo alguns mil anos, portanto infinitamente menos tempo habitando o planeta.

As alterações e a destruição causadas pela nossa presença, principalmente nos últimos cem anos, são muito preocupantes.

Organizações de todo o mundo, preocupadas com este problema, se reúnem com frequência buscando alternativas e soluções para evitar o aumento dos danos à natureza.

Recentemente tive a oportunidade de ler um artigo a respeito da utilização descontrolada e em larga escala de venenos chamados agrotóxicos em nosso país.

Este fato motivou uma pesquisa em diferentes regiões do Brasil. Graves descobertas foram feitas. Em alguns estados, principalmente naqueles produtores de soja, milho e cana de açúcar, sinais destes venenos usados em quantidades acima do que seria correto, foram detectadas por procedimentos de alta tecnologia, nas águas do subsolo, em plantas, no leite das vacas e cabras, e por mais espantoso que possa ser, até mesmo no leite materno.

A produção de carnes e alimentos extraídos da terra, como a soja, o milho, o trigo, tomates, frutas e muitos outros, só tem sido possível com a utilização destes agrotóxicos em grandes quantidades, ano após ano.

Durante todo este tempo, estes venenos são espalhados pela natureza, de forma que foge ao controle humano. São levados pelas chuvas, pelos ventos, penetram nas rachaduras do solo e se infiltram até chegarem aos lençóis de água do subsolo.

Sua utilização acaba por criar espécies de pragas cada vez mais resistentes, o que gera a necessidade de se usar quantidades sempre maiores destas substâncias.

Uma pergunta que sempre surge nos debates sobre este assunto é a seguinte:

E se surgirem pragas resistentes a estes venenos?

Correria a espécie humana o risco de morrer de fome, assim como os dinossauros morreram pelo choque do asteroide?

Corremos o risco de um envenenamento planetário, dos oceanos e da água potável, provocado por nossas próprias ações?

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.