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Nem tudo está perdido
Não por acaso,mas pela própria natureza das coisas, ao final de um longo tempo as menstruações desaparecem. É uma nova fase da vida que se inicia.
Cada uma reage a seu jeito a esta mudança. Algumas a recebem com naturalidade, outras com muito receio do que está por vir e muitas realmente não se conformam, vendo aquele momento como o fim da feminilidade.
Este acontecimento geralmente ocorre por volta dos cinquenta anos, e trás para o dia a dia da mulher uma série de situações incômodas.
A mais comum são os calores, chamados pelos médicos de fogachos. Uma sensação desagradável, segundo todas elas dizem, uma verdadeira onda de calor pelo rosto, pelo pescoço, que provoca um banho de suor.
Esta situação não tem lugar nem hora para acontecer. No meio de uma reunião social, dentro de uma igreja, durante a noite em sua casa. Por mais frio que esteja fazendo, elas são obrigadas a remover os agasalhos, abrir janelas ou ir para fora da casa em busca de um lugar aberto. Quem está por perto, geralmente amigo ou parente, fica espantado com o fato.
Mas este não é o único acontecimento desagradável a perturbar os dias das mulheres depois dos cinquenta anos. A idade também trás uma série de outras complicações próprias da passagem dos anos, que representam um desgaste natural do corpo, das suas partes. Como tudo que existe na natureza, sofremos também grandes alterações em nossa estrutura.
Os ossos, as juntas do corpo, o sistema nervoso, o coração, enfim, todo o organismo sofre com a passagem do tempo.
Dores articulares, que tornam as mais simples atividades do dia a dia uma coisa incômoda, a perda daquele sono tranquilo, que passa a ser interrompido duas a três vezes por noite, levando a um cansaço no dia seguinte.
Diminuição da libido, o desejo sexual.
Muitas delas se dizem deprimidas não apenas por estas razões, mas pelas mudanças que a vida familiar sofre.
Por esta época da vida, os filhos já deixaram a casa dos pais em busca de seus próprios sonhos, e começa então uma época da vida das mães chamada “ninho vazio”.
Sem a presença das “crianças”, como as mães sempre dizem, a casa fica grande demais para o casal e a vida emocional se torna mais dura.
Culpar a menopausa por tudo isto é injusto. Ela é apenas mais uma das etapas da existência feminina.
Todos os acontecimentos citados acontecem pela própria passagem do tempo, e o que leva a pensar que tudo ocorre por causa do fim das menstruações é apenas a coincidência dos fatos.
Com exceção da partida dos filhos, todo o resto tem solução. Com uma boa ajuda do seu ginecologista e dos modernos medicamentos sintéticos e à base de plantas, qualquer uma de vocês pode retornar a uma boa condição física e emocional.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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