Colunas
Nada acontece por acaso
Ao longo dos últimos séculos, o tempo de vida dos seres humanos vem se prolongando.
Se, por exemplo, na chamada idade da pedra, lá num passado bem distante, a existência de um homem ou mulher era de dez ou trinta anos, este mesmo tempo foi alongado sucessivamente ao longo dos anos que se seguiram.
No tempo da descoberta do Brasil, embora a maioria da população não chegasse aos quarenta anos, apenas uns poucos privilegiados o conseguiam, principalmente por boa situação financeira, a qual logicamente lhes permitia acesso a alimentos, água, moradia e uma série de outras coisas que faziam com que aquelas pessoas tivessem como escapar do destino comum dos menos afortunados.
O passar dos tempos trouxe consigo elementos que, juntos, começaram a permitir a prolongação do tempo de vida da maioria das populações.
A introdução da lavoura intensiva, com consequente aumento na oferta de alimentos, e da mesma forma, a criação de animais como gado, porcos e aves em escala mais ampla, assim como a pesca e a descoberta de que se poderia conservar os alimentos por mais tempo, seja por meio do uso de sal, ou outros, foi então a chave que permitiu a abertura das portas de uma situação de fartura e segurança alimentar até então desconhecidas para a massa humana.
Em seguida, o aumento do conhecimento científico, as pesquisas dos primeiros alquimistas, levaram a descobertas muito interessantes e úteis.
Uma delas muito simples, a de que se fervendo a água ela se tornava livre de micróbios que transmitiam doenças, foi formidável.
Outras tantas, como a de que os dejetos humanos, as fezes, eram um meio perigoso, e que se devia evitar contato com as mesmas, fez com que elas não fossem mais atiradas no meio das ruas, como era hábito.
E assim sendo, os humanos foram descobrindo jeitos de melhorar suas condições de vida, e por consequência, prolongando-a.
Mais para frente, a descoberta de que se poderia vacinar uma pessoa e assim protegê-la de diversas doenças foi um dos passos mais importantes no caminho da humanidade, para prolongar o tempo de vida das pessoas.
Chegamos então aos nossos dias, nos quais os antibióticos, os analgésicos, os anti-inflamatórios e os anestésicos permitiram o desenvolvimento das técnicas de cirurgia muito avançadas como as que dispomos.
Doenças graves, como o câncer, vão sendo aos poucos vencidas graças a descobertas incríveis da bioquímica e da moderna farmacologia, sem falar na engenharia genética e na nanotecnologia.
Lá na frente, quando nossa geração já tiver passado há muito tempo, aqueles que lá estiverem vivos certamente vão comentar que no ano de dois mil e doze a vida era muito difícil e as condições existentes só permitiam que os seres humanos vivessem até no máximo os noventa ou cem anos!
Isto nos mostra como tudo é relativo, como dizia Einstein!
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário