Colunas
Mude enquanto é tempo!
Muito atual e bem produzida, uma reportagem levada ao ar por uma emissora de TV paulista recentemente.
Abordava o problema da pressão alta, ou hipertensão, um assunto a respeito do qual fizemos uma coluna há bem pouco tempo. Aqueles que tiveram a oportunidade de assistir ao programa com certeza aprenderam muito e, além de tudo, foram bem alertados sobre os riscos dessa silenciosa doença.
Esta palavra, silenciosa, descreve muito bem o modo pelo qual a pressão alta, e algumas outras doenças, entre elas a diabetes, agride o organismo. Não acredito que exista alguma pesquisa especifica sobre o momento em que as pessoas descobriram que estavam hipertensas. Lembro dos anos em que prestei atendimento médico no Posto de Urgência do Hospital Santo Antonio, atual Raul Sertã, e guardo na memória a expressão de espanto de muitos daqueles que lá chegavam, em busca de atenção médica para seu sofrimento, quando eu lhes informava que aquela dor na nuca, aquele cansaço, aquelas sensações de tonteira e de estar caminhando em cima de nuvens, era porque sua pressão estava alta.
A resposta era quase sempre parecida, doutor eu sempre tive a pressão ‘boa’.
Como ocorre com as doenças que de inicio não causam dor intensa que sirva de aviso, tipo dor de dente, que leva qualquer um de nós a correr atrás do seu dentista, a pressão alta vai ‘comendo pelas beiradas do prato’ a saúde do cidadão, como dizia um querido e excelente professor de cardiologia que tive, e pode-se dizer que felizes são aqueles que descobrem sua doença no seu começo.
Ao contrário de muita gente que só vai saber de seu estado ao sofrer um enfarto cardíaco ou um derrame cerebral, todas duas, ocorrências muito graves que podem alterar o futuro daquela pessoa.
A reportagem da TV alertava sobre o grande aumento do numero de hipertensos em todos os estados brasileiros e mostrava a relação direta deste crescimento com os hábitos de vida. Principalmente os alimentares, relacionados com a ingestão do sal nos alimentos. Excetuando-se o fator genético, quando se é filho ou neto de hipertensos, a ingestão abusiva de sal torna-se a principal causa do aumento da pressão arterial.
Mas as coisas se agravam quando as pessoas que abusam do sal são sedentárias.
Não praticam nenhuma forma de atividade física, e estão acima do peso.
A situação pode se agravar ainda mais se, além de tudo isto, a pessoa for fumante ou usuário de bebida alcoólica.
As estatísticas do Ministério da Saúde mostram um quadro preocupante no presente e mais ainda para o futuro. Se este quadro não for revertido, milhares de brasileiros, muitos ainda jovens, terão sua saúde gravemente comprometida. Um grande numero deles se tornará dependente da Previdência Social, aposentadoria por doença, e muitos, aqueles que sofreram um derrame cerebral grave, passarão a depender de ajuda para as atividade da vida diária, mesmo as mais simples, como a higiene pessoal .
Serão considerados totalmente dependentes do apoio dos familiares.
Somente as mudanças de hábitos alimentares e de vida podem mudar este cenário que se desenha. O problema é mundial, principalmente nos países mais desenvolvidos.
Se você faz parte deste grupo de risco, mude enquanto é tempo!

Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário