Mortes que poderiam ser evitadas

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Um assunto que motiva conversas entre muitos médicos é o que diz respeito à melhor época para se iniciar a campanha de vacinação contra a gripe chamada influenza A. Alguns acham que a vacinação deveria ser iniciada há pelo menos um mês (ou mais) do que se faz na atualidade, prioritariamente para grupos de maior risco, idosos, gestantes, crianças e portadores de doenças que diminuam comprovadamente as defesas do organismo. Uma das alegações deste grupo, no qual me incluo, é que estas pessoas citadas acima, podem apresentar, justamente por suas condições orgânicas, uma demora bem maior que os demais, para produzir anticorpos na quantidade suficiente capaz de enfrentar e reagir com vigor necessário à agressão do vírus gripal, que a cada ano se apresenta modificado e mais agressivo.

Existem também teorias colocadas por diversos especialistas em sistema imunológico humano, que acreditam que indivíduos que obrigatoriamente fazem uso de muitos medicamentos em função de suas doenças, podem ter sua qualidade imune prejudicada e assim se tornarem vitimas fáceis do vírus. Gestantes, por exemplo, por sua própria condição, portadores de doenças respiratórias crônicas, e idosos, são pessoas de grande risco.

Recentemente uma jovem gestante com 19 anos de idade, no meio da gravidez, faleceu num prazo de uma semana desde que apareceram os primeiros sinais, confundidos com um simples resfriado. Fato que realmente pode acontecer, já que em muitas pessoas os primeiros sinais, com um ou dois dias da doença podem ser muito semelhantes. São relatados casos em que a pessoa apresentou inicialmente febre e quadro de diarreia, o que leva, de imediato, a se pensar primeiro numa infecção intestinal, pois não existe nenhuma queixa respiratória.

Medicada a pessoa vai para sua casa e volta dois dias depois com uma pneumonia daquelas e um grave estado geral. No estado de São Paulo, por exemplo, em razão do alarme causado pela multiplicação de doentes com a gripe, a vacinação foi antecipada com a urgência possível. Apesar de em 2015 não terem sido registrados casos de morte por esta gripe, este ano a situação já é oposta com aumento evidente no numero de óbitos pela H1N1.

Talvez encontrar forma de antecipar a imunização das pessoas, pelo menos aquelas de maior risco, seja uma ideia salvadora. 

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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