Menstruar ou não, eis a questão! - 12de julho 2011

domingo, 31 de julho de 2011

Entre outros acontecimentos, a menstruação marca definitivamente a vida feminina.

São três os seus momentos mais importantes e,por assim dizer, quase inesquecíveis, tal a força com que ficam impressos na existência da mulher.

A primeira e a ultima vez em que aparece, e por ocasião dos “atrasos”, que quase sempre significam a presença de uma gravidez.

As primeiras vezes, de forma bastante irregular, assinalam o momento da passagem da menina para um outro nível desenvolvimento. Daí em diante ela já pode ser mãe. Exatamente o oposto é o que assinala a ultima menstruação, que marca a despedida da vida fértil, o que para muitas mulheres é bem-recebido, enquanto para outras é lamentado.

Bem-vista por algumas culturas e denominações religiosas e recebida com reservas por outras, que entendem aquele momento da mulher como impuro, ela continua ao longo dos séculos sendo uma presença discutida.

Nem sempre normal para um numeroso grupo, as menstruações podem ser causa de episódios extremamente dolorosos, que ocasionam o afastamento de suas atividades da vida diária, seja trabalho ou escola, e podem até mesmo ser motivo de idas ao hospital, tal a intensidade do sofrimento que trazem.

Seja pela dor ou pela excessiva perda de sangue, que em muitos casos pode ser responsável por um quadro de anemia frequente.

As discussões médicas a seu respeito levaram um destacado ginecologista brasileiro, o professor Elsimar Coutinho, conselheiro e pesquisador da Organização Mundial de Saúde, a escrever um trabalho sobre a mesma intitulado “Menstruação, uma sangria inútil”, no qual ele aborda com sabedoria e senso de humor a questão dos ciclos menstruais.

Propõe que a mesma, sendo a seu ver, um acontecimento desnecessário na vida feminina, seja mesmo suprimida com o uso de medicação adequada e relata que, em nenhum momento, se demonstrou algum risco para a saúde feminina com este procedimento.

Tal fato vem sendo de certa forma comprovado nos dias atuais. Um grande percentual de jovens mulheres, por opção de vida, faz uso de anticoncepcionais que suprimem o fluxo menstrual. A sua totalidade relata sentir-se bem melhor desta forma. Alegam que podem planejar livremente suas atividades profissionais ou então que ficam livres do sofrimento das cólicas mensais e dos dias perdidos.

As descobertas da ciência e sua influencia na vida do ser humano levam a mudanças antes impensáveis.

Quem poderia pensar que as menstruações, que durante séculos foram a única referência que as mulheres tinham, para controlar sua vida reprodutiva, seria hoje descartada como coisa inútil e incomoda?

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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