Infartos não avisam a hora que vão acontecer

A morte súbita de um médico brasileiro, ainda jovem para os padrões de hoje, 63 anos, poderia ter passado despercebida para os meios de comunicação, não fosse ele o fundador de uma das maiores empresas de saúde privada do país, a Amil. Edson Godoy, aparentemente fora do perfil de risco para infarto cardíaco, praticava um esporte que normalmente exige bom preparo físico dos seus praticantes, o tênis, quando morreu subitamente, sem possibilidades de socorro.

Segundo dados da Data SUS, o infarto agudo do miocárdio (músculo cardíaco) é a principal causa de mortes no Brasil, cerca de 100.000 casos por ano. Os homens são os mais atingidos, principalmente na faixa dos 40 aos 60 anos. As mulheres, contudo, estão se aproximando deles em números absolutos, principalmente na fase da menopausa. A causa dos infartos é o entupimento de uma das artérias coronárias, vasos que alimentam o coração com sangue e oxigênio. Este entupimento é causado por placas de calcificações que vão se colando na parede da artéria e fechando a passagem do sangue, até que num determinado momento um coágulo de sangue fecha completamente a passagem e ocorre então o infarto, que é a morte de uma parte do músculo cardíaco. O tamanho da parte que é destruída depende de vários fatores, mas é uma lesão que vai prejudicar para sempre a função do coração. Pressão alta, excesso de peso, fumo, diabetes, colesterol elevado são fatores que estão entre os que mais levam a pessoa a sofrer um infarto. Falta de atividade física, por exemplo, é um outro fator que predispõe uma pessoa a sofrer infarto.

Também citado como complicador e causador de infartos, em qualquer pessoa, o estresse constante em nível alto pode, segundo os cardiologistas, levar a um infarto. Homens e mulheres e até mesmo jovens podem ser candidatos a enfartar. Podemos citar casos, vários, de atletas jovens ainda que tiveram morte súbita durante partidas de futebol aqui no Brasil, ligados à parada cardíaca súbita sem possibilidade de qualquer socorro, e eram pessoas fisicamente preparadas, submetidas a exames médicos regulares. Se você tem na família casos de infarto cardíaco, se é obeso, diabético, hipertenso, fumante, se sente de vez em quando dores no peito, se já sentiu o coração bater alterado, seja homem ou mulher, busque uma consulta com cardiologista e peça ajuda e orientação. Infartos não avisam a hora que vão acontecer.