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Gravidez depois dos 40 anos
segunda-feira, 23 de junho de 2014
As mudanças que o mundo vem experimentando estão fazendo com que um número cada vez maior de mulheres retarde o momento de ter filhos. Se em tempos passados elas tinham seus filhos bem antes dos 30 anos, hoje ocorre exatamente o contrário. Um relacionamento sério pode acontecer somente depois dos 30 anos e, nesta idade, a maioria dos casais já dispõe de uma situação econômica que lhes permita pensar em ter um filho. Com frequência, recebo no consultório casais nesta condição: as mulheres bastante preocupadas em saber a respeito dos perigos que uma gravidez próxima dos 40 anos pode representar para elas e o bebe. Na verdade, o que possa vir a acontecer de grave ou não, numa gestação nesta fase da vida, depende de muitas circunstâncias e nem todas podem ser previstas pelo médico. O mais importante é que a mulher esteja em boas condições de saúde. Que tenha seu peso adequado, que não tenha doenças como diabetes ou pressão alta, não seja fumante nem faça uso de bebidas alcoólicas com frequência. Se possível, que pratique alguma atividade física regular, sem exageros. É bom que tenha informações sobre o risco maior de ter filhos com doenças cromossomiais, como a síndrome de Down, a mais frequente das doenças que atingem filhos de mães com mais de 40 anos. Para se ter uma noção do risco, as estatísticas médicas informam que em mulheres com até 35 anos de idade pode acontecer o nascimento de uma criança com esta doença em cada 365 partos. Em mulheres acima dos 45, este número sobe para 1 em cada 35 nascimentos, um aumento gigantesco, portanto. Em relação a isso, a medicina atual dispõe de uma série de exames que podem ser realizados nas primeiras semanas da gestação para que os pais tomem decisões sobre o que fazer. Alguns outros problemas podem ocorrer numa gravidez depois dos 40 anos. Diabetes é um deles, pressão alta é outro. Esta pressão alta que pode acontecer é dita específica da gravidez, pois se inicia durante a gestação e pode estar associada a outra grave doença, a chamada pré-eclâmpsia, a qual pode acarretar a morte da mãe e do bebê se não for devidamente tratada. Muitas mulheres chegam a engravidar sem querer. Acreditando que naquela idade não existe mais a possibilidade de ser mãe, muitas param de ter cuidados para não engravidar, interrompem o uso de pílulas anticoncepcionais e seus maridos não fazem mais uso da camisinha, e acontece, então, uma gravidez indesejada. Um conselho que dou a todas que me pedem alguma orientação sobre quando podem parar de usar métodos para evitar a gravidez com segurança: esperem passar dois anos depois da última menstruação. Se a decisão de ter um filho depois dos 40 for tomada, procure seu ginecologista e se informe.
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Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
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