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A fé e a cura das doenças
Uma série de programas a respeito do tema “fé e cura de doenças” foi levada ao ar pela Rede Bandeirantes de TV em semanas recentes. Um assunto deveras interessante e cercado de tabus. As religiões e a medicina, desde tempos que se perdem na memória, sempre estiveram interligadas, sendo os sacerdotes os primeiros que estiveram mais próximos da atividade que hoje é exercida pelos médicos. Enquanto as religiões, através de seus dirigentes, procuravam exercer o poder de curar doenças, outras pessoas que não detinham o comando de alguma religião buscavam conseguir os mesmos resultados sem usar a fé ou a religião. E assim cada um seguiu o seu caminho ao longo do tempo.
Diversas pessoas, representando diferentes segmentos da atividade humana — médicos, psicólogos, espíritas, umbandistas, budistas, pastores, padres, gente seguidora de todas as crenças e denominações — participaram das entrevistas e deram sua contribuição. A bíblia dos católicos relata uma citação que afirma que a fé remove montanhas. Também relata palavras do Cristo Jesus, quando diz a muitos dos que o procuram em busca de ajuda para seus sofrimentos: “Vai em paz, tua fé te salvou“, o que no fundo significa que a pessoa curou a si mesma por meio da fé. Mas até onde a fé pode intervir no sentido de curar alguém? Pode ser usada por qualquer pessoa? E no caso dos homens e mulheres de pouca fé?
As questões foram sendo respondidas com muito bom senso por todos os participantes. Uma senhora, monja budista de São Paulo, do alto de sua longa vivência daquela filosofia de vida, respondeu que a fé deve ser usada como força poderosa associada aos tratamentos já bem estabelecidos da ciência médica, para que desta forma se consiga uma cura mais rápida. Um famoso oncologista, de renome nacional e internacional, pego de surpresa pela pergunta se acreditava que a fé curava doenças, deu um sorriso nervoso e respondeu que desde muito jovem, ao começar seus estudos médicos, foi treinado e educado a crer no que via e naquilo que os resultados dos exames mostravam, mas em relação ao assunto fé, respondeu o mesmo que a monja budista, ou seja, que ela certamente seria um elemento de grande apoio durante os tratamentos. Num detalhe, todos os entrevistados disseram a mesma coisa: ninguém deveria deixar de lado os tratamentos já estabelecidos pela medicina tradicional, sejam cirúrgicos ou clínicos, e tentar a cura somente pela fé. Mas buscar ambos tratamentos, pela fé e com a ajuda médica.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
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