Colunas
Estresse e saúde
Muita gente, principalmente aposentados, tem se mudado para nossa cidade em busca de tranquilidade e mais qualidade de vida. É fácil ver isso através de conversas com novas pacientes no consultório e pessoas que atendo nos hospitais. O trânsito, do qual os friburguenses reclamam muito, pelo excesso de carros nas ruas e dificuldades de estacionar, para os que vieram do Rio e de cidades grandes, não é nada perto do que eles enfrentavam antes de mudar para cá, é o que eles dizem. Mas um ponto mais importante que o transito é a questão da segurança, dos perigos que corriam na cidade grande relativos a assaltos e mortes no trânsito, sem falar na questão das balas perdidas.
Muitos dizem que a calma de se viver em bairros distantes do centro, com árvores e bastante verde, com muito menos poluição, compensa qualquer esforço. Do ponto de vista da saúde, nem se fala: as distâncias para se chegar a bancos e comércio, sem falar nos hospitais e consultórios médicos, e também nas escolas é muito menor. O custo de vida também é mais barato, dizem. O estresse que a violência, o trânsito caótico e a insegurança geral causam ao organismo em termos de pressão alta, insônia, gastrites e muitos outros males mais são incalculáveis, e isto afeta todo mundo, inclusive as pessoas que trabalham na área da segurança pública como os PMs e Polícia Civil. Convivem 24 horas por dia com o mal, além de estarem sempre com as vidas por um fio, saem de casa para trabalhar sem saber se voltam vivos ou gravemente feridos.
Quanto a isso, não existe salário que compense, sem falar na cobrança da sociedade, que exige que mesmo com a vida em risco contínuo, estes agentes sejam perfeitos. Os especialistas em segurança pública dizem que viver em clima de guerra todos os dias do ano acaba provocando no indivíduo alterações comportamentais que o levam a permanecer sempre em alerta e em estado de defesa, com sua adrenalina no nível máximo, e que nestas condições é muito difícil, se não impossível, manter um estado emocional leve e pacífico, como muitos querem. O instinto de defesa é muito forte, e quando a segurança pessoal está permanentemente ameaçada, até mesmo o mais calmo dos indivíduos se tornaria mais agressivo. Portanto, vamos fazer das tripas coração para preservar nossa cidade da violência, que volta e meia tenta subir a serra.
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
Deixe o seu comentário