Elas vivem sete anos mais!

sábado, 31 de julho de 2010

Os movimentos de liberação femininos, que culminaram com o famoso Womans Liberation , não proporcionaram às mulheres somente uma sensação de liberdade em relação aos homens e à sociedade por eles comandada. Na verdade, mais que isto, elas receberam outra grande responsabilidade, além daquelas que já carregavam nas costas desde tempos bíblicos, ter filhos e cuidar deles além de cuidar da casa e do marido.

Passaram a disputar um lugar ao sol, um espaço, no mercado de trabalho. Um enorme e vasto mundo, onde tiveram que aprender como sair de casa sem perder a casa, manter seu lugar dentro e fora dela. Concorrer com os homens e com outras mulheres.

Apesar disto, depois de toda a luta que passaram a enfrentar no dia a dia, elas ainda conseguem viver mais que os seus maridos.

Tive a atenção despertada mais uma vez para este tema, da maior longevidade delas, fato mais que sabido e conhecido de todos, por um convite de casamento que recebi semana passada. No espaço reservado para os pais havia, ao lado do nome de cada um dos maridos duas pequeninas letras, i. m., do latim in memoriam.

No nosso velho português significa em memória, e é usado como uma forma delicada e discreta de dizer que aquela pessoa já faleceu.

Que coincidência. O menor tempo de vida dos homens está presente no dia a dia de todas as famílias, não é apenas parte da propaganda do Ministério da Saúde a que estamos assistindo este mês nas emissoras de TV.

O ginecologista, considerado também o clínico geral das suas pacientes, porque é a eles que normalmente elas recorrem na maior parte das vezes em que adoecem, tem conhecimento de que muitas doenças afetam bem mais a elas do que a seus companheiros. Exemplo dos mais comuns é a osteoporose, que afeta uma mulher para cada cinco homens. Outro exemplo é a depressão, e ainda temos muitos e muitos casos.

Mas apesar de tudo, elas vivem mais que eles. A média é de cinco anos mais.

A razão disto ainda é muito discutida, fala-se em tantos motivos, desde hábitos de vida até a genética, mas a verdade é que não sabemos a causa real.

Alguns pesquisadores acreditam que a partir de uma certa data, que não sabem afirmar quando será, esta diferença vai desaparecer e viveremos aproximadamente um mesmo numero de anos. Que não existirão no mundo tantas viúvas como hoje.

Dizem que uma das razões é a entrada das mulheres no mercado de trabalho, em todas as profissões, e também o fato delas começarem a adquirir alguns hábitos masculinos, entre eles o fumo e a bebida. Se existe algum consolo nisto, deve ser o fato de que nenhum dos dois ficara sozinho muito tempo.

TAGS:
Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.