Dor e sofrimento

terça-feira, 09 de agosto de 2016

Certamente você e seus parentes já passaram, estão passando ou vão passar, em algum momento da vida, pelo drama de ter alguma pessoa da família na fase terminal de alguma doença. Pode ser algum tipo de câncer ou alguma doença degenerativa, ou enfim qualquer outra, para a qual não exista cura e que depois de longa batalha, chega-se a um momento em que nada mais exista que se possa fazer. Esgotaram-se todos os recursos, a medicina não tem mais nenhuma outra forma de tratamento de que se possa lançar mão.

Em resumo, aquela pessoa, nosso ente querido, que pode ser mãe ou pai, irmão ou filho, esposa ou marido ou neto, ou um parente mais afastado está além de qualquer possibilidade de cura. O que fazer então, diante daquele ser humano para quem os próximos dias só prometem sofrimento e dor.

É importante lembrar também que esta situação vai atingir de modo doloroso um grupo de pessoas, que pode ser maior ou menor, dependendo do tamanho da família, o qual, de algum modo também vai necessitar de alguma forma de ajuda e consolo. É a partir deste momento que surgem os cuidados paliativos.

O que afinal o que são estes cuidados? São um conjunto de atitudes e ações que a moderna medicina já reconhece como uma especialidade medica e para a qual já existem cursos adequados. Sedar a dor, manter alguma forma de nutrição e de alimentação, cuidar do corpo e dar assistência emocional e espiritual, para aqueles que tenham alguma crença religiosa e aceitem este tipo de auxilio.

E a família, como fica no meio de todo este sofrimento? E as crianças, no caso de filhos pequenos, como ajuda-los? Para todas estas perguntas, as equipes que se dedicam aos cuidados paliativos já encontraram algumas respostas, que foram surgindo ao longo do tempo e da experiência adquirida através da vivencia de cada caso.

Segundo informações de diferentes áreas medicas, este ano ,por exemplo, só no estado do Rio de Janeiro teremos perto de 27 mil pessoas necessitando dos cuidados paliativos. Muitos, por disporem de uma condição social melhor, terão mais facilidade para recebê-los, mas uma grande multidão de gente não terá a mesma sorte.

Esta questão não é só nossa, mas é mundial. O fato das populações viverem por mais tempo e o aparecimento de um número crescente de casos de câncer e de doenças degenerativas e incapacitantes é a principal causa. A grande pergunta que se faz é: onde, e como, preparar pessoal qualificado e com tempo disponível para cuidar de todas estas pessoas?

TAGS:
Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.