Da sexualidade e das estações do ano

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Temos diferentes momentos da natureza durante o ano. O frio aconchegante dos dias de inverno, nos quais buscamos o conforto das roupas mais quentes e das bebidas que aquecem o corpo, como os chocolates e os cafés bem quentes, e para os momentos adequados um bom vinho tinto.
O verão, com seus dias de sol gloriosos e as tardes e noites calorentas, onde todos procuram de alguma forma fugir do calor sufocante. Roupas bem diferentes daquelas do inverno, bem leves e folgadas no corpo, que é para espantar ou pelo menos disfarçar a sensação de aquecimento que vem de todos os lados. Os banhos são frios, as piscinas e praias ficam lotadas de gente que busca a todo custo fugir da temperatura quente.
Também temos o outono, onde a natureza descansa, as árvores ficam sem suas folhas, apenas seus galhos se destacam, dando uma aparência triste ao ambiente; mas as coisas são assim mesmo, inclusive com os seres humanos.
Mas por outro lado, de modo a mostrar uma inigualável perfeição, a primavera surge completamente lotada de cores de todas as tonalidades, capazes de livrar qualquer um da mais desagradável sensação de tristeza.
Assim é a natureza, e nós humanos dela fazemos parte e não poderíamos fugir às suas regras tão bem estabelecidas e tão claras.
Por esta razão temos as estações da vida dentro de nós. Da infância livre das preocupações e totalmente dedicada as brincadeiras mais inocentes e descompromissadas possíveis, aos verões das adolescências onde transbordam os hormônios da sexualidade, que deixam os jovens sufocados.
Mais para frente chegamos aos tempos de primavera, onde as coisas são mais tranquilas e menos agressivas, com mais equilíbrio, para finalmente atingirmos o outono, onde a força dos hormônios atinge seu menor nível. São os tempos dos galhos sem folhas, da sabedoria de apreciar cada dia e cada hora da existência, com menos atropelos e mais paciência.
Assim sendo, podemos responder algumas indagações das pessoas, mulheres e homens, que muito preocupados indagam as razões pelas quais sua sexualidade anda meio morna, quase fria; nem sequer pensam mais em sexo, ou se lembram dele de vez em quando.
São os tempos das mudanças, onde o afeto e a amizade tomam o lugar da sexualidade, onde as ausências dos entes queridos são mais sentidas e suas presenças mais valorizadas.
Cada um, usando sua razão e bom senso, deverá viver os dias que a vida lhe permitir baseando-se na sabedoria da natureza, cada estação a seu tempo.
Difícil transformar o outono em verão, ou o inverno em primavera.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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