Curar o câncer sem destruir a vida

segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Um assunto que quase sempre aparece nas conversas do dia a dia é a respeito do câncer. Alguns anos atrás, era considerado de mau agouro até mesmo falar este nome, câncer, e o pessoal dizia “aquela doença ou doença ruim”, com medo de que falar nela pudesse atrai-la. Felizmente as coisas estão melhorando e estes medos vão desaparecendo, graças ao melhor esclarecimento de todos e a um melhor entendimento das coisas.

Uma das perguntas mais comuns é se a doença sempre existiu, se isto sempre foi assim. Com certeza o câncer deve ser muito antigo na história da humanidade, mas a maior parte das centenas de tipos dele deve ser mais recente, se imaginarmos que a poluição do meio ambiente do jeito que vemos hoje é coisa recente, ligada ao dito “progresso” da humanidade, e, segundo os pesquisadores, grande responsável por muitas destas centenas de formas de câncer que temos hoje. Antigamente, com menos gente para alimentar, o mundo não precisava usar tantos tipos de produtos químicos para proteger as plantações das pragas que as destroem, como atualmente. Não existia esta imensa quantidade de veículos poluindo o ar com sua fumaça cheia de poluentes, principalmente o gás carbônico. Os alimentos eram consumidos frescos, sem todos estes conservantes que se usa hoje, para que eles não apodreçam dentro das embalagens e durem por meses seguidos. As águas utilizadas pelas populações eram menos poluídas que hoje, pois nelas não se jogavam as toneladas de detergentes e produtos de limpeza que se usa atualmente. Não existiam as ondas magnéticas que atravessam nossos corpos noite e dia como hoje e por aí afora.

Nos primeiros tempos da medicina moderna, o que se podia fazer contra um câncer era tirar fora do corpo aquela parte comprometida, deixando uma boa margem de segurança, para evitar que a doença voltasse. Se isto serve como exemplo, é como cortar fora a parte de uma fruta que está passada, como se diz, e aproveitar a que ainda está boa para consumo. Ainda hoje procedemos desta forma na maior parte das vezes. Com o aparecimento da quimioterapia e da radioterapia, os tratamentos foram ficando menos agressivos do ponto de vista da cirurgia. Um exemplo formidável é o câncer de mama. Se antes se retirava toda ela e os músculos que ficavam por trás dela, praticamente “destruindo” a feminilidade e a qualidade de vida da mulher, hoje se retira apenas uma pequena parte onde a lesão se encontra, muitas vezes nem se percebe a pequena cirurgia feita. A quimioterapia e a radioterapia resolvem o resto.

Um problema grande eram os efeitos demolidores da quimioterapia sobre o organismo, que levavam muita gente a desistir do tratamento e preferir a morte, além de derrubar a qualidade de vida da pessoa por longo tempo e, em muitos casos, para o resto da vida. Uma brilhante e forte luz de esperança, contudo, está começando a surgir no horizonte da medicina oncológica. É a imunoterapia, que, ao contrário da quimio, estimula o fortalecimento das defesas do corpo contra as células cancerosas, sem causar nenhum dano ao organismo. Pelo contrário: tem dado ótimos resultados em diversos tipos de câncer, sem que os pacientes apresentem até agora qualquer tipo de queixa ou sofrimento com a terapia. Seja muito bem-vinda!   

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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