Comida cria e comida mata!

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Numa recente entrevista a uma emissora de TV de São Paulo, uma nutricionista do Instituto do Coração daquela cidade, Incor, um muito respeitado e prestigiado centro de cirurgia cardíaca brasileiro, declarou que vem causando preocupação aos médicos daquela instituição o fato de que uma grande parcela da população vem apresentando um quadro de obesidade importante e de sobrepeso.
Nenhuma das duas situações se parece com a obesidade mórbida e nem apresenta os perigos da mesma, mas de qualquer forma é um caminho perigoso para os que se encontram nele.
Os médicos já sabem há bastante tempo que qualquer forma de excesso de peso já significa um primeiro passo em direção à temida obesidade mórbida, um estado em que o indivíduo se encontra tão obeso que apresenta sempre um risco iminente de morte, por diversas causas.
Esta questão da obesidade é vista hoje como uma questão de saúde pública em diversos países do mundo. Na verdade a humanidade convive com uma situação dolorosamente irônica. De um lado populações que se alimentam em excesso, com verdadeira fartura e com um nível de desperdício assustador. De outro lado sociedades que convivem com a fome e a desnutrição, fato a que assistimos quase diariamente nas televisões. Aqui mesmo, entre nós brasileiros, os conselhos de nutricionistas chamam a atenção da sociedade para a volumosa quantidade de comida que é simplesmente jogada no lixo, todos os dias. Tanto em muitas residências como em hotéis e restaurantes. 
A ONU (Organização das Nações Unidas) dispõe de um instituto que analisa e cuida da distribuição de alimentos para aquelas populações em situação de fome. Este organismo da ONU alerta que seguindo no atual ritmo de crescimento populacional, o planeta vai se deparar em breve com uma crise global de falta de comida e de água potável para atender as necessidades desta gigantesca massa humana.
Repetindo um ditado popular que diz “comida cria e comida mata”, do qual me lembrei quando assisti num dia destes, em um supermercado da cidade, a uma brincadeira entre pessoas de uma mesma família, na qual uma jovem zombava de uma tia, muito obesa por sinal, que retirava da prateleira alguns pacotes de batata frita.
Por diferentes razões, algumas pessoas comem demais. Muito além de suas necessidades físicas. Podem ser razoes ligadas aos genes familiares da obesidade ou até mesmo por motivos de ordem emocional. Outras pessoas chegam ao estado denominado anorexia nervosa, e bulimia. Situações em que se apresentam extremamente magras, mesmo tendo comida disponível ao seu lado.
O grande segredo que nós precisamos descobrir, é como encontrar o caminho do meio, pois segundo Buda a sabedoria esta no equilíbrio e não nos extremos.
Este caminho do meio não é fácil de se encontrar e muito menos de trilhar, pois exige uma grande dose de sabedoria e paciência que a maioria dos humanos não tem. 

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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