Antes que as coisas piorem

segunda-feira, 16 de março de 2015

Há poucas semanas fiz um programa na TV Zoom que abordou assuntos relacionados à saúde com um casal de colegas que são psiquiatras e psicoterapeutas em nossa cidade, no qual eles falaram sobre um tema ligado a doenças depressivas. Um número importante de pessoas sofre deste distúrbio, cerca de dez por cento da população. 

Por diversas razões, entre as quais podemos citar falta de pessoal especializado, mais da metade dos que são portadores da doença não conseguem acesso a especialistas. Muitas vezes são socorridos por médicos de outras especialidades, que, querendo ajudar, receitam medicamentos para dormir melhor ou até ansiolíticos, mas os problemas continuam, pela falta de um tratamento correto, que inclui além da medicação sessões de psicoterapia. Muitos pacientes, mesmo percebendo que sofrem de um transtorno mental, ainda que leve, por vergonha ou preconceito, se recusam a buscar auxílio de psiquiatra ou psicoterapeuta. Existem enormes diferenças entre a depressão profunda e as crises de tristeza passageiras, sendo estas muito comuns ligadas a acontecimentos do dia a dia, como término de um relacionamento afetivo, perda de um emprego, falecimento de um familiar ou amigo. 

Por razões ainda não bem definidas, as mulheres sofrem mais deste distúrbio do que os homens. A doença também atinge as crianças e adolescentes e as causas mais frequentes estão relacionadas a problemas no lar, na escola e na vida amorosa. As pessoas perdem o interesse pela vida social, afastam-se dos amigos, tornam-se reclusos no lar, têm maus resultados no trabalho ou na escola, perda do apetite, insônia, desânimo para tudo. Os colegas especialistas afirmaram que a depressão se torna clara quando pelo menos quatro destes sintomas permanecem por mais de quatro semanas. Quando a doença tem a forma leve, inicial, pode ser tratada com psicoterapia, sem remédios. Mas o apoio da família e o tratamento com médico especialista, fazendo uso dos medicamentos adequados associados à psicoterapia é que levam a uma melhora rápida. Os modernos antidepressivos são muito eficazes, não provocam dependência e permitem que a pessoa possa continuar levando uma vida normal até mesmo exercendo suas atividades. Se você ou alguém à sua volta, familiar, amigo ou colega de trabalho estiver passando por situação parecida, oriente para que busque ajuda médica, antes que as coisas piorem.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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