Álcool e cigarro! - 24 de janeiro 2012

Dizem que se conselho fosse bom ninguém dava, vendia. Uma expressão popular cheia de enganos na verdade.

Quase sempre, a pessoa que dá um conselho está cheia de boas intenções e, de alguma forma, já viu aquela situação ocorrer outras vezes e sabe no que deu.

Isto acontece na família, nas escolas, no trabalho; ocorre na vida de todos e esta presente no dia a dia dos consultórios médicos com toda a certeza.

Por coincidência, semanas atrás, duas pacientes, em dias diferentes, tocaram num assunto que ainda é tabu para muita gente.

Calculo a dificuldade que tiveram para me falar a respeito, eram mulheres simples, sem muito estudo, residentes em bairros distantes, e seus maridos trabalhadores em serviços pesados.

Vieram se consultar e aproveitaram a ocasião para tentar uma consulta para os companheiros.

É uma história velha, que ouvimos com frequência. Problemas conjugais causados pela bebida alcoólica, agressões alimentadas pela impotência gerada pelo álcool e por aí afora.

A agressividade na verdade era mais verbal, ameaças e desconfianças, do que física.

Mas criava um ambiente infernal para toda a família.

A associação entre o álcool e o fumo é antiga conhecida da medicina e faz até parte do anedotário mundial.

Quem se envolve com estas duas substâncias, principalmente no caso dos homens, já deve ter ouvido falar dos riscos que está assumindo em relação à sua sexualidade, mas não acredita nas coisas que ouve a respeito.

Sempre pensa que com ele as coisas vão ser diferentes.

Voltamos então ao início da coluna—se os conselhos fossem ouvidos e entendidos, muitos acontecimentos ruins poderiam ser evitados.

A questão da impotência é uma delas. Entre a população masculina em geral, a partir dos quarenta anos, a maioria já experimentou alguns episódios de falta de ereção.

Com o passar dos anos, estes acontecimentos vão se tornando mais frequentes.

Entre os usuários de álcool e nicotina, esta ocorrência é muito mais precoce, ocorre bem antes dos quarenta anos e passa a ser um fantasma que aterroriza os que dela sofrem.

Por um lado eles sabem que fumar e beber são as principais causas do seu problema, mas, por outro, não conseguem abandonar aqueles hábitos; na verdade um vício que está profundamente enraizado nos seus cérebros.

E isto se torna um ciclo vicioso. É um problema de saúde publica mundial, com graves danos à família e à sociedade.