Água que passarinho não bebe!

sábado, 31 de julho de 2010

Segundo as estatísticas brasileiras, cerca de 10% da nossa população tem sérios problemas com o álcool. Este numero nos leva a falar de vinte milhões de pessoas aproximadamente. Na verdade trata-se de assunto mundial, não apenas nosso. Levando em conta o que dizem os meios de comunicação, uma das nações onde o problema é mais acentuado é a Rússia. Lá o governo vem tomando medidas cada vez mais drásticas contra o comercio de bebidas alcoólicas.Fato que provavelmente não vai resolver em nada a situação. Os Estados Unidos tentaram o mesmo através da chamada Lei Seca, que alem de não resolver ainda estimulou o aparecimento de um enorme mercado negro.

Voltando ao tema do alcoolismo entre nós, vamos verificar que é um assunto extremamente complexo. As perdas na economia são volumosas, devido ao estrago produzido na saúde dos trabalhadores. Hoje, um número razoável de empresas, prefere investir no tratamento de seus bons funcionários com dependência alcoólica do que demiti-los. Segundo alguns empresários, mais vale tentar livrá-los da dependência do que recomeçar toda uma sequência de treinamentos com novos operários, que mesmo bem orientados vão levar um longo tempo até atingir o nível profissional dos seus colegas mais antigos. Assim pensando, estas empresas estimulam o comparecimento de funcionários ao serviço de psicologia e também fazem o melhor que podem para que eles também se inscrevam nas associações de AA ( Alcoólicos Anônimos) mais próximas de sua residência.

Exatamente por saberem da grande eficiência e capacidade dessas associações em obter bons resultados para afastar do álcool os seus participantes,

Muitos médicos e psicólogos chegam a afirmar que dificilmente alguma instituição para tratamento da dependência química do álcool, possa alcançar os mesmos resultados dos AA.

Se pudéssemos percorrer todos os municípios brasileiros num único final de semana, veríamos a extensão da tragédia etílica que atinge a nação nestes dias da semana. Sem querer exagerar mas procurando ser fiel aos números, são vinte milhões de bebedeiras em cada uma dessas datas. Imaginem então a enorme demanda por internação em hospitais públicos e privados e também as terríveis ocorrências policiais geradas todo final de semana, em todos os recantos da nação pelas consequências das bebedeiras.

São assassinatos entre parentes, acidentes com motos e automóveis, sem falar nos ônibus e carretas que circulam pelas estradas.

Assisti recentemente a uma entrevista de uma autoridade de trânsito, na qual era desaconselhado as viagens de regresso nos domingos, por serem extremamente perigosas pois “estão todos embriagados”, principalmente nas pequenas cidades de beira de estrada.

Encontrar uma solução tem sido o grande sonho dos que trabalham com dependência química. A realidade contudo tem sido desanimadora. Parece que a busca por alterar seu estado de consciência, fugir por algumas horas da rotina massacrante do dia a dia é uma necessidade irresistível para vinte por cento da população mundial que encontra esta saída na bebida alcoólica.

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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