Afinal, viver é preciso!

sábado, 31 de julho de 2010

A rotina de todos nós, nos dá segurança e certa tranqüilidade. Apesar de também incomodar, este dia a dia repetitivo é na verdade a grande âncora em que muita gente se agarra para não ser levado de roldão pela correnteza do rio da vida.

A mudança assusta e tira o sono de muitos. Mudanças no trabalho, na vida da família, enfim qualquer coisa que mexa com aquilo que já está estabelecido e sedimentado por longos anos, apavora a maioria das pessoas.

Esta contradição entre o desejo de permanência das coisas, e a vida diária que nos mostra que nada é para sempre, que tudo pode virar de cabeça para baixo da noite para o dia cria em muita gente um sentimento de medo, de pânico justamente por deixar bem claro a nossa pequenez, a nossa impotência diante da existência.

O sofrimento de tantos, a depressão de milhares, pode ter como raiz esta sensação de que na verdade nada podemos fazer para controlar a existência da maneira que desejaríamos que ela fosse. A vida é como é. Um imenso e caudaloso rio, que corre veloz.

Alguns mais habilidosos conseguem se manter na superfície e, com um jeito especial com fé e coragem seguem a correnteza. Outros, menos preparados ou menos aptos se afogam nas cachoeiras do caminho.

A rotina, neste rio de águas turvas, fica sendo para a maioria um barco de salvação, onde se agarram com toda força e seguem rio abaixo.

Quando são separados deste barco, por quaisquer que sejam as razões, surge para muitos a doença que pode se manifestar de muitas formas. Insônia, depressão, alcoolismo, uso de drogas licitas e ilícitas. Dependência de tranquilizantes, perda da família ou do trabalho. Síndrome do pânico, fobias e medos que não se consegue explicar a razão e por aí afora.

Ocorre como que uma perda do sentido da existência, fica-se sem referencia, e desse jeito o viver pode se tornar uma obrigação.

Alguns filósofos dizem que a pior de todas as doenças é a desesperança. Seria a mãe de todo o sofrimento.

Ela é que levaria milhões de pessoas a desistir da caminhada, a sentar na beira da estrada e simplesmente desistir, jogar tudo para o alto como se diz nestas circunstancias.

Talvez, uma das explicações mais aceitas para a enorme quantidade de tranquilizantes comercializados diariamente em todo mundo, para o grande numero de pessoas que se tornam dependentes do álcool e de outras drogas, seja esta.

Deixar-se levar pela correnteza não vai resolver nada. Aprender a enfrentar, conviver e vencer este rio é a melhor de todas as soluções. Afinal, viver é preciso!

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Dr. Norberto Louback Rocha

Dr. Norberto Louback Rocha

A Saúde da Mulher

O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.

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