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A crise da água
Difícil hoje em dia existir alguém que não esteja preocupado com as notícias dos jornais, rádios e TVs falando a respeito da falta de água em diferentes lugares do Brasil e do mundo. A geração dos que hoje estão com 60 anos de idade foi criada ouvindo histórias maravilhosas de que nosso país era riquíssimo em água doce. Que éramos donos de grande parte da água de beber do planeta, e falávamos dos rios gigantescos da Amazônia, do São Francisco e de outros, dizendo que nenhum país tinha rios tão extensos e fartos. Partindo destas histórias, nós, brasileiros, nem precisávamos nos preocupar com estas bobagens de escassez de água. Com o passar dos anos a realidade, contudo, foi se apresentando bem diferente das antigas histórias. Cansados de assistir nas TVs aquelas reportagens sobre a seca, com aquelas paisagens tristes do Ceará e outros estados da região sem água, com suas populações sofrendo e os jovens se mudando para outros lugares, de repente começamos a ver que também outros locais podem passar a sofrer da terrível falta de água. A nossa juventude começa a se conscientizar de que aquele recurso, a água, não é infinito. Que pode acabar, principalmente pelo mau uso, pelos abusos que cometemos ao longo de muitos anos, e que sem ela a vida se torna impraticável. A escassez dela se alastra pelo mundo. Hoje diversos países já são obrigados a recorrer ao uso de água do mar, cujo processo de retirada do sal para que ela possa ser usada por nós é caríssimo e difícil. De toda a água do nosso planeta, apenas 3% é potável. Desta quantidade, apenas 1% pode ser usada por nós humanos. Com o aumento da população mundial, grandes regiões de florestas estão sendo destruídas para criar gado ou fazer plantações de soja e outros alimentos; desta forma, as árvores que captam o gás carbônico — nocivo para nossa saúde — e produzem oxigênio — vital para a vida — estão sendo derrubadas e aquelas regiões vão se tornando secas e áridas. A insensatez humana está levando o nosso pequeno planeta à exaustão. Muitos empresários e políticos, com a intenção de desviar a conversa, falam que precisamos ter um plano B. Com grande sabedoria, o secretário geral da ONU, Ban Ki-Moon, rebateu esta conversa fiada dizendo que não existe este plano B porque não temos um planeta B. Muitas cidades do nosso Estado do Rio já sofrem deste grave problema, tendo dificuldades para fornecer água de forma adequada para sua população. Devemos, com urgência, nós que vivemos no alto das montanhas, tomar todos os cuidados com as nossas fontes desta riqueza vital. As águas descem a serra e vão matar a sede das populações da Baixada e da Região dos Lagos, mas será impossível fazer com que elas subam de volta para nos salvar!
Dr. Norberto Louback Rocha
A Saúde da Mulher
O ginecologista e obstetra Norberto Rocha assina a coluna A Saúde da Mulher, publicada às terças no A VOZ DA SERRA. Nela, o médico trabalha principalmente a cultura de prevenção contra os males que atingem as mulheres.
A Direção do Jornal A Voz da Serra não é solidária, não se responsabiliza e nem endossa os conceitos e opiniões emitidas por seus colunistas em seções ou artigos assinados.
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