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Pacientíssimo Jesus
Caros amigos, a Quaresma nos convida à conversão, e, consequentemente, à oposição aos nossos pecados cotidianos. A verdadeira radicalidade nesta batalha é a paciência, que muda as realidades próprias e alheias pela tenacidade e persistência no amor.
Esta virtude é necessária em todos os campos de nossa vida, na oração cotidiana até nos mais ativos trabalhos, nas casas, hospitais, escolas, em tempos difíceis e sempre com alegria, e também nas comunidades e pastorais de nossas Paróquias. Pois, o desejo de fazer o bem deve persistir apesar dos obstáculos. São Paulo quando escreveu o belíssimo hino à caridade (Cfr. ICor 13) quis começar, sob inspiração de Deus, dizendo que “o amor é paciente” (v.4).
Muitos são os desafios desta paciência cristã. Pensemos em primeiro lugar na “impaciência”, que costumamos traduzir como irritabilidade e mau humor, mas que isso não seja sinônimo de “desistência”.
Uma boa penitência para esta Quaresma poderia ser a de perseverar pacientemente, evitando toda a murmuração nas tarefas que Deus nos confia. Um ditado que ouvi certa vez diz: “Fazer o que é devido e estar no que é feito”. E o apóstolo São Paulo acrescenta: “Fazei tudo sem murmurar nem questionar, para que sejais irrepreensíveis e íntegros, filhos de Deus sem defeito, no meio de uma geração má e perversa, na qual brilhais como luzeiros no mundo, apegados firmemente à palavra da vida” (Fl 2, 14-16a). Partindo deste entendimento, podemos concluir que a paciência é uma virtude de homens e mulheres fortes na fé.
Na audiência de 16 de novembro de 2016, o Papa Francisco recordou que é fácil perceber uma presença que nos incomoda. Disse: “Olhemos sobretudo a Jesus: quanta paciência teve que ter nos três anos da sua vida pública! (...) Ele nos ensina a ir sempre ao essencial e a olhar mais longe para assumir com responsabilidade a própria missão”.
Gostaria de terminar esta reflexão quaresmal pensando neste exemplo que o Senhor nos dá. Ele foi paciente nos anos de sua vida oculta, trabalhando e crescendo em companhia de Maria e José, em seu magistério público, nas perseguições que finalmente o levaram à morte de cruz e, depois da ressurreição, acompanhando os discípulos e repreendendo-os em sua falta de fé. Diante deste modelo que nos é proposto, resta-nos pedir: ‘Jesus manso e humilde de coração, fazei o nosso coração semelhante ao vosso!’
Dom Edney Gouvêa Mattoso
A Voz do Pastor
Buscando trazer uma palavra de paz e evangelização para a população de Nova Friburgo, o bispo diocesano da cidade, Dom Edney Gouvêa Mattoso, assina a coluna A Voz do Pastor, todas as terças, no A VOZ DA SERRA.
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